Ansiedade: Quem não tem?
Precisamos ser pacientes, mas não ao ponto de perder o desejo.
Devemos ser ansiosos, mas não ao ponto de não sabermos esperar.~ Max Lucado
Dentre as sensações mais comentadas em nosso meio, está a ansiedade. Em qualquer lugar que você esteja, seja em casa com amigos, familiares, no trabalho, nos momentos de lazer e até em uma fila de supermercado, você encontrará alguém que se sente ansioso ou que já passou por momentos de ansiedade.
Podemos até remeter essa preeminência de sentimento relatada por tantas pessoas à questão do desenvolvimento da sociedade, dos recursos tecnológicos, das mídias sociais e sua contínua atualização, da avalanche de informações que nos chegam a todo o momento e porque não dizer da ilusória exigência de “controle” que temos sobre tudo isso.
Quer fazer um teste? É só se propor ficar um dia off-line, sem quaisquer recursos tecnológicos que a sensação de ansiedade aparece.
Essa aflição sentida, em geral, tem a ver com as incertezas do futuro. Algumas pessoas até gostam de definir a ansiedade como sendo um “excesso de futuro”. Assim, tendemos a ficar ansiosos quando antevemos e tentamos antecipar algo.
Quando reconhecermos que nossa existência é feita de ciclos e impermanências, compreenderemos que nossa tentativa de manter uma estrutura constante é na verdade, uma ilusão.
As escolas fenomenológicas e existencialistas do pensamento dentro da Psicologia consideram que a ansiedade é a experiência de ser atirado para dentro do mundo, de encontrar-se com aquilo que lhe cabe, que lhe compõem, com o que anseia.
Mas a ansiedade nem sempre é vivida de maneira natural, aquela que prepara o organismo para uma ação, para algum acontecimento. Muitas pessoas relatam experiências associadas a outros tipos de sensações, como sensação de aperto, sufocamento, angústia, tensão e tantos outros males que a compõem, portanto, é importante identificar quando a ansiedade deixa de normal e torna-se patológica.
Para Dalgalarrondo (2008), Professor Titular de Psicopatologia do Departamento de Psicologia Médica e Psiquiatria da Universidade Estadual de Campinas UNICAMP, as síndromes ansiosas são ordenadas inicialmente em dois grandes grupos: quadros em que a ansiedade é constante e permanente e quadros em que há crises de ansiedades abruptas e mais ou menos intensas.
Deste modo, dentro das síndromes ansiosas, existe a ansiedade generalizada, as crises de ansiedade, crises de pânico e também a síndrome mista de ansiedade e depressão, ambas fazem com que o indivíduo vivencie momentos de dor e sofrimento bastante significativos, influenciando negativamente outras áreas de sua vida, como trabalho, família e relacionamentos.
Para tratar dessas síndromes ansiosas, o primeiro passo é buscar ajuda de um profissional psicólogo que auxiliará o indivíduo a alcançar um autoconhecimento, pois quando nos conhecemos melhor passamos a identificar e compreender nossas ansiedades, nossos pensamentos e emoções de maneira funcional.
Lingia Menezes de Araújo
Psicóloga Clínica
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Referências Bibliográficas:
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 2. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.
FERLA, M.T; TOSTES, G.W. O homem da morte impossível e outras histórias: psicopatologia fenomenológica. Belo Horizonte: Artesã, 2011.