Do relativismo moral ao politicamente correto e a banalização do mal na sociedade
No filme “O experimento de aprisionamento de Stanford (2015)”, baseado em fatos verídicos, vinte e quatro estudantes do sexo masculino são selecionados para viverem os papéis de presos e guardas em uma prisão simulada.
No enredo há um diálogo impactante entre os personagens, onde um deles se dizia chocado com a imaginação para fazer o mal que o seu colega havia incorporado como carcereiro.
Ao que esse replica, afirmando que o seu choque, por sua vez, foi constatar que por mais cruel e abusivo que estivesse agindo em seu papel, nenhum de seus pares fazia nada a respeito, ninguém o confrontava, eram todos submissos.
E isso seria o mais surpreendente de tudo, a passividade dos participantes diante do mal e do abuso de poder evidenciado pelo experimento, a propensão licenciosa de todos para a maldade.
“Para corromper o individuo basta ensiná-lo a chamar de ‘direitos’ seus desejos pessoais e ‘abusos’ os direitos alheios.”- Nicolás Gómez Dávila
Nesse aspecto, os estudos de Hannah Arendt, filósofa judia que popularizou a expressão“a banalização do mal” trouxeram reflexões importantes para a compreensão sobre a influência da cultura na maldade humana.
Arendt gerou grande polêmica em sua época ao considerar que alguns oficiais nazistas eram meros burocratas que se limitavam a cumprir ordens sem qualquer remorso ou questionamento a autoridade, evidenciando assim, o peso da imersão cultural na ideologia nazista para explicar a massificação genocida institucionalizada que permeou a conduta dos alemães naquele tempo.
Paralelamente, em sua obra “Aspectos do drama contemporâneo” o psiquiatra suíço C.G. Jung buscou explicar do ponto de vista da psicologia do individuo, o que poderia levar um povo culto como o alemão a se deixar envolver com o nazismo, alertando para o fato de que qualquer nação poderia estar propensa a algo parecido devido às predisposições dissociativas da psique humana.
Diz ele: “Na medida em que não posso dar por suposto que o leigo saiba o que se entende por ‘histeria’, gostaria de observar que a disposição ‘histérica’ constitui uma subdivisão do grupo chamado de ‘inferioridades psicopáticas’. Com isso não se quer dizer que o individuo ou um povo sejam inteiramente ‘inferiores’ e sim que existe um ‘locus minoris resistentiae’ (lugar de menor resistência), uma certa instabilidade em meio a todas as qualidades possíveis. (…) A essência da histeria consiste na dissociação quase que sistemática, numa desvinculação dos pares de opostos que normalmente se encontram estreitamente ligados, o que provoca, muitas vezes, uma cisão da personalidade, ou seja, um estado em que realmente uma mão não sabe o que a outra faz. Em geral, ocorre um espantoso desconhecimento acerca das próprias sombras, conhecendo-se apenas as boas intenções.”
(Obra Completa, 10/2 – Civilização em mudança – pgs. 40 e 41)
Dessa maneira, considerando o experimento de Stanford e as ponderações de Hannah Arendt, podemos chegar a uma conclusão que deveria ser aterradora, não fosse o entorpecimento provocado pelos próprios sistemas em que vivemos, de que a burocracia pela burocracia, a obediência pela obediência, o poder pelo poder, pode nos tornar psicopatas em algum grau sem que sequer suspeitemos.
O que também deveria nos fazer refletir ainda mais seriamente sobre a advertência de Jung, de que ao ignorarmos as nossas fragilidades psicológicas, tendemos a nos tornar ainda mais vulneráveis a uma aderência irrefletida ao autoritarismo ou a ideologias totalitárias.
Como dizia o sábio indiano Krishnamurti:
“Quando eles oferecem sistemas e você os aceita, você está fechado, seguro, protegido, e você sente isso. E a maioria da pessoas querem se sentir protegidas psicologicamente. Mas as instituições nunca salvaram o homem, politicamente, religiosamente; elas nunca realmente libertaram o homem da sua tristeza, dor e todo o resto. Sabemos disso, mas os sistemas tem um apelo extraordinário para aqueles que não pensam”.
Em outros termos, pode-se afirmar que tanto a nossa ignorância existencial, quanto a tendência à acomodação e a presunção de que a razão possa ser separada dos impulsos e emoções mais primitivos do nosso inconsciente, são predisposições que contribuem para a manutenção de sistemas opressores.
Ou seja, a nossa tendência instintiva e natural para reproduzirmos os papéis, tanto de opressores, quanto de oprimidos, conforme o sistema ou a cultura em que estamos inseridos.
Dessa feita, temos bem resumidamente, pelo menos dois fatores decisivos para a banalização do mal na sociedade, sendo um de propensão mais individual e outro de influencia mais cultural ou coletiva.
O primeiro e mais atávico desses fatores é uma gênese de muitos outros males, é o complexo de inferioridade do individuo, e que se mantém pela dissociação afetiva da razão com as emoções e sua relação com a espiritualidade e o inconsciente profundo.
Essa menosvalia, ou desamor, ou vazio existencial ou carência afetiva, pode ser nomeada de várias formas, não importa, pois constitui uma predisposição inerente a nossa condição humana, a qual várias patologias como a dissonância cognitiva, a histeria, as neuroses, perversões e psicoses, se vinculam e derivam.
É a nossa vulnerabilidade original e que lá no fundo torna as pessoas tão propensas à sedução pelo poder, a lideranças ditatoriais, a engenharia social e a métodos de condicionamento cultural de todos os tipos e em diferentes épocas no decurso da história.
O segundo fator é o histórico-cultural e muda a sua versão ciclicamente conforme as estruturas de poder na sociedade num dado período.
Todo o sistema vigente quando influente excessivamente em nossas vidas, acaba nos coagindo e alienando do primeiro fator a fim de explorá-lo. No passado, a ideologia dominante no Ocidente já foi a religião eclesiástica, depois veio a ciência positivista e agora é a vez da filosofia relativista.
Cada um desses sistemas de crenças trouxe as suas promessas, as suas compensações, os seus perigos e as suas ilusões.
Hoje observamos o predomínio do relativismo pós-moderno na contemporaneidade surgindo como um movimento de compensação pendular na sociedade, mediante a irrupção das forças inconscientes reprimidas pelo conservadorismo que lhe antecede, seja esse de ordem religiosa ou científica, representados pela pré-modernidade e modernidade, respectivamente.
“O inconsciente não é apenas o mal por natureza, é também a fonte do bem maior.” – Carl Gustav Jung
O relativismo tem o mérito de ter demonstrado a inviabilidade de todo e qualquer sistema de crenças representar uma verdade absoluta. E desse modo nos ajudou a romper com alguns dogmas religiosos e científicos abusivos.
Mas também é verdade que ele igualmente desconstrói a ciência e a religião em seus aspectos mais essenciais e saudáveis, tendo em vista não haver diferenciação de valores numa perspectiva onde tudo é relativo. Em si mesmo, o devir relativista é incapaz de verificar o que é válido e o que não é, tanto na ciência, quanto na religião, tornando-se assim amoral e perigoso.
É por isso que os intelectuais e acadêmicos relativistas da moral recaem todos em uma constrangedora demagogia ao defenderem que nenhuma visão é melhor do que a outra, a não ser, claro, a deles próprios que é melhor do que todas. Isso se revela quando incidem num absolutismo relativista, bem como, em sua negação em reconhecer os méritos da ciência, como o seu empirismo compartilhado, ou objetividade consensual (portanto, “factual” conforme um dado contexto), tanto quanto os valores humanos mais essenciais da religião, como a ética da reciprocidade, a “regra de ouro” e todas experiências interiores baseadas em outras funções da consciência diferentes da razão, e que podem ser vividas, partilhadas e comunicadas, representando formas de espiritualidade genuína.
O relativismo por si só, se relativiza, não se sustenta, torna-se autocontraditório, uma mera abstração, um exercício intelectual niilista a dar vazão a qualquer tipo de impulso dissociado de suas consequências.
Por isso, sua mera teorização pode converter-se facilmente num modo intelectualizado, cínico e sofisticado de se corromper a linguagem e de se fazer apologia à psicopatia e a perversão, podendo favorecer a normatização e a camuflagem de níveis intermediários de psicose e de outras psicopatologias em nossa cultura. Ou em outros termos, a subversão de valores e a degradação moral e mental da sociedade.
Mais preocupante ainda é a constatação de que na mesma medida em que ele pode ir se infiltrando e dominando o “establishment”, pode replicar-se cada vez mais, seja pela política, ou através da mídia, universidades, escolas, novelas, filmes, etc., fazendo uso de todas essas instâncias como verdadeiras máquinas de propaganda subversiva e de degeneração das massas, de modo a propagar a mentira, o crime, a corrupção, a perversão e a psicopatia como práticas comuns e aceitáveis na sociedade, e numa escala assustadoramente crescente.
Podemos inclusive, verificar com certa repugnância o quanto o relativismo tornou a mídia oficial descaradamente desonesta nos dias de hoje, a ponto de se confirmar a previsão do jornalista húngaro Joseph Pulitzer de que “com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma.”
O fato é que toda essa engenharia social visa tão somente um fim que é o de capturar a subjetividade das pessoas e direcioná-las conforme os interesses dominantes.
Nesse sentido, vivemos um momento dramático, onde pensadores que inspiraram a criação de revoluções culturais ou epidemias psíquicas tornaram-se bastante influentes em nossa cultura, embora suas proposições tenham por meta tão somente a tomada de poder e nunca a melhora do ser humano.
Num geral, todos eles defendem uma agenda que o próprio relativismo tem ajudado a implementar e que visa manipular ressentimentos para destruir os alicerces da civilização ocidental.
Essa agenda tem por meta dividir ao máximo a sociedade, valendo-se inclusive da apologia ao crime como forma subversiva de justiçamento social. Intenta igualmente explorar a luta de classes e a vitimização das minorias, jogando uns contra os outros, na mesma medida em que propõe a intervenção estatal como “salvação” para todos esses conflitos, até mesmo os familiares.
Desse modo, incentiva o infantilismo psicológico pelo culto a dependência governamental e tudo o mais que tiver ao alcance para enfraquecer o indivíduo, a família e a sociedade.
Certamente buscando algo parecido ao futuro distópico de “1984”, obra de George Orwell, em que os pais são apenas genitores de seus filhos, enquanto esses são doutrinados pelo Partido, representação máxima de um governo totalitário.
Afinal, conforme já afirmava o antropólogo Claude Lévi-Strauss, as relações de parentesco são a base de toda e qualquer cultura, pois nos introduzem ao simbólico e nos dão acesso a linguagem e a socialização.
A educação teria por meta retirar o sujeito de sua natureza primitiva, habilitando-o a sublimar os seus instintos para melhor conviver socialmente. E isso se daria gradualmente nas diferentes fases da vida pela inserção nas leis, nas regras e papéis sociais.
Em sintonia a isso, a psicologia do desenvolvimento revela que a criança é influenciada desde a sua concepção pelas interações e afetos a sua volta, de modo que a afetividade ou a amorosidade precisaria ser exercitada mediante duas funcionalidades básicas: a materna e a paterna.
A função materna representaria para o bebê tanto o cuidado físico, quanto o psicológico, ou seja, realizando-se desde a alimentação, até os cuidados mais básicos, tanto quanto, nos vínculos afetivos, desejos, sinais, sintomas, que se estendem a criança para serem simbolizados.
A função paterna, por sua vez, representaria o corte na simbiose mãe-bebê, tanto quanto, os limites, restrições, interdições, transições e rupturas que impulsionam a inserção da criança na cultura.
A função paterna, pode se dizer, seria uma mediadora necessária de conflitos, e em seu modo salutar precisaria funcionar como uma autoridade facilitadora das transições para a vida adulta e em direção ao desenvolvimento humano.
Até mesmo por isso, ambas essas funções podem ser realizadas por pessoas que rodeiam a criança desde a sua concepção, passando pelo seu nascimento, desenvolvimento e maturação, influenciando decisivamente o infante na elaboração de sua subjetividade.
Em nossa sociedade contemporânea observamos um declínio excessivo da função paterna sadia, fragilizada pela subversão de valores do relativismo pós-moderno em sua afetação pela busca incessante do gozo sem restrições morais ou relacionais.
Tudo isso sendo reforçado pelo “sentimentalismo tóxico”, conforme a expressão do psiquiatra Theodore Dalrymple, e que convém a esse reducionismo ao estético, a falta de profundidade, ao vazio e ao niilismo da perspectiva relativista, na medida em que isso vai gerando uma série de concessões às diversas chantagens emocionais imputadas arbitrariamente pelos relativistas através de incitadoras palavras de ordem e que favorecem a instauração de um poder paralelo, a perversa ditadura do “politicamente correto”.
Em seu desprezo por qualquer tipo de autoridade ou moral, os relativistas impõem veladamente o seu poder de coerção pela “mera abstração” e pelo seu desdém pelos fatos objetivos. Igualmente, pela sua militância antiética, seu autoritarismo disfarçado ou “duplicidade” e a sua consequente profusão de incoerências e contradições insanas que abrem território a todo e qualquer tipo de perversão e psicose, e que assim perigosamente vão se alastrando, podendo atingir níveis epidêmicos.
Devemos nos alarmar com fato de que a sociedade moveu-se rapidamente nas últimas décadas de um conservadorismo gerador do sujeito neurótico e contido de outrora, para o sujeito psicótico e perverso, o delinquente que não respeita as interdições sociais, e se sente livre para transgredir as regras a seu bel prazer.
Deste modo, nos movemos socialmente de um extremo a outro, do conservadorismo a devassidão, enquanto a ética e os valores mais saudáveis ficaram perdidos em meio a esses extremos, obscurecidos pelos perigos e males da fachada perversa do politicamente correto.
E isso ocorre porque geralmente ignoramos o quanto determinados padrões psicológicos inconscientes tendem a levar as pessoas e sociedades de um extremo a outro, pendularmente, conforme a época, de modo que os excessos conservadores do passado, e a exorbitância da função paterna, foram sendo substituídos pelo relativismo moral e a sua inversão de valores.
Ou seja, o que as pessoas continuam a ignorar é que esses sistemas coercitivos funcionam tão somente como mecanismos de manutenção e defesa para a carência de consciência amorosa interligada ao desarranjo ético, moral e espiritual nosso de cada dia, e que isso só pode ser superado pelo progresso interior de cada ser, antes do que por qualquer tipo de salvação que um sistema tenha a oferecer.
Como bem reitera Jung:
“O que o Ocidente, com suas cisões políticas e confessionais, pode oferecer ao indivíduo moderno a fim de aliviar suas aflições? Infelizmente nada, a não ser alguns caminhos cuja finalidade única é muito semelhante ao ideal marxista.
O entendimento não necessita de um esforço especial para reconhecer onde a ideologia comunista assenta a certeza e a convicção de que o tempo trabalha a seu favor e que o mundo se encontra maduro para uma conversão. Os fatos falam, nesse sentido, uma linguagem bem precisa.
De nada ajudaria ao Ocidente fechar os olhos para essa realidade e se recusar a perceber a sua vulnerabilidade fatal.
Quem foi sempre ensinado a se submeter incondicionalmente a uma fé coletiva e a abdicar do eterno direito de sua liberdade e do respectivo dever de sua responsabilidade individual, permanecerá na mesma atitude, com a mesma fé e falta de crítica, se enveredar para uma direção oposta ou substituir o idealismo confessado por outra convicção, mesmo considerada ‘melhor’.”
Por isso, precisamos questionar seriamente os tipos de padrões psicológicos de conduta histórico-individuais e sistêmicos que de modo inconsciente repetimos, colaborando para esses esquemas totalitários. Ou continuaremos a ser escravos que apenas mudam de senhorio. É preciso rever a nossa própria mentalidade enviesada e investigá-la a fundo, inconsciente adentro. Na prática, todo o ser humano tende ao apego ao poder, como um vício, seja pelo deslumbre ou ressentimento.
Por isso, a necessidade de cada um assumir também a responsabilidade em examinar o próprio comportamento ambivalente ao invés de esperar apenas a salvação vir de fora, por meio de algum líder ou política, religião, ciência ou ideologia salvadora.
Há muito a se fazer prioritariamente no plano educativo, afetivo, moral e ético de cada ser e ninguém em sã consciência aqui neste planeta tem asas para ficar se achando anjo ou para acreditar que a sua ideologia seja detentora do monopólio das virtudes; embora muitos acabem recaindo exatamente nisso. Como bem diria Thomas Sowell:
“Aqueles que só se preocupam com as intenções declaradas das políticas – em vez dos resultados que apresentam – só estão preocupados em passar uma imagem de bom moço de sua própria pessoa, como quem diz ‘eu apoio os desfavorecidos, eu fiz minha parte, eu sou moralmente superior’, mesmo que estes desfavorecidos acabem piores depois da instituição das medidas defendidas, coisa que os ‘bons moços’ raramente verificam, pois sua realização pessoal não está na real melhora da vida dos demais, mas sim na autoafirmação de que é uma pessoa virtuosa”.
E, no entanto, necessitamos mesmo é de mais pessoas dispostas a autorresponsabilidadedo que a essa autoafirmação eloquente de suas virtudes, pois, se o relativismo se disseminou em resposta aos abusos de poder e aos excessos morais do passado, ou a exorbitância da função paterna, representada pelo autoritarismo conservador, cujo legado é um rastro de culpas e ressentimentos, então precisamos reequilibrar a balança social, e nos redimirmos intimamente com a nossa própria autoridade ao invés de negá-la, acabando por nos deixar levar ao outro extremo, em que o relativismo se torna o próprio mal que pretende sanar, capturando e subvertendo a função amorosa paterna em um desprezo autoritário pela ética.
Podemos então, relembrar Aristóteles e a sua noção de que a ética é a equidistância entre a ação e a emoção nas relações, nos indicando a importância de equalizarmos o sentir e o saber desde o nosso interior ao nosso fazer social.
Só assim a evolução humana pode assumir o seu modo autoconsciente, ganhando contornos de um “individualismo cooperativo”, e que realiza-se numa psicodinâmica de escolhas e ações mais lúcidas entre os extremos do individualismo e do coletivismo.
Na mesma medida, esse intercurso nos demanda a atenção plena à recorrência de que sempre vai ser mais fácil aderirmos a algum extremo, seja por conveniência ou comodidade, do que sermos éticos e autênticos.
Não fosse assim, viveríamos numa sociedade moralmente e espiritualmente avançada, guiada para o amor, o que ainda não é o caso. Pois, essa é a meta a ser, sendo.
Texto do Psicólogo Clínico, especialista em psicoterapia e regressão de memória Gustavo Garcia |Blog: http://gustavovgarcia.blogspot.com