Alimentação saudável e equilibrada é aprendida em sala de aula
Um dos maiores problemas de saúde pública no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade, que já era preocupante pelo crescimento dos casos em adultos, vem alertando médicos e pais para a obesidade infantil.
Projeções apontam que em 2025 haverá mais de 700 milhões de adultos e 75 milhões de crianças obesas em escala mundial.
Já no Brasil de hoje, alguns levantamentos apontam que mais de 50% da população está acima do peso, ou seja, na faixa de sobrepeso e obesidade. Entre crianças, esse número chega a 15%.
Caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal no indivíduo, a obesidade gera vários riscos à saúde, como: aumenta a incidência de doenças cardiovasculares, doenças cerebrovasculares, doenças respiratórias, doenças osteoarticulares, hipertensão arterial, insuficiência vascular periférica, trombose, cálculo biliar, cálculo renal, distúrbios hormonais, diabete, câncer de rim e câncer hormônio dependente, como mama, próstata e pâncreas, entre outras doenças.
Segundo Mercedes Maria Campolina, coordenadora do serviço de nutrição do Colégio Batista Mineiro, uma criança obesa tem grandes possibilidades de se tornar um adulto obeso.
Por isso, os pais devem ficar atentos à alimentação de seus filhos.
“O melhor ensino é o exemplo! As crianças não herdam apenas a genética dos seus pais, mas, também, seus hábitos alimentares. Portanto é muito importante que a família desenvolva práticas alimentares saudáveis em casa, no dia a dia. Eventualmente não há problemas no consumo de alimentos fora deste padrão quando na rotina diária a alimentação é adequada. Costumo dizer que podemos resumir os cuidados alimentares em três regras: o alimento certo, na hora certa e na quantidade certa!”, explica a nutricionista, que acredita que a escola é uma das grandes parceiras da família na construção de diversos valores, inclusive os alimentares.
Alimentação saudável de forma lúdica
Implantado em 2015, pelo SEI Plus (Serviço de Educação Integral) do Colégio Batista Mineiro – unidade Floresta, em Belo Horizonte (MG), o projeto Horta Escolar é um exemplo de ação que visa incentivar e conscientizar as crianças sobre a importância de uma boa alimentação.
Focado nos alunos da Educação Infantil (2 a 5 anos) e do 1º período (6 anos), a iniciativa proporciona às crianças uma vivência concreta e prazerosa do estudo das plantas, por meio da observação científica de seu crescimento, de suas partes, das variedades de frutas e hortaliças. Bem como noções de plantio, sustentabilidade e preservação da natureza.
“Um fato interessante é que as hortaliças e legumes cultivados na horta escolar, quando presentes na alimentação escolar, fazem muito sucesso, ou seja, todos querem provar, pois é fruto do trabalho deles”, conta Edi Soares Moura, coordenadora do SEI Plus.
Ela revela que os resultados obtidos nesses anos de Horta Escolar são ótimos, incluindo melhor aceitação das verduras e legumes e conscientização da importância de uma alimentação saudável e nutritiva.
“A horta inserida no ambiente escolar torna-se um laboratório vivo, que possibilita o desenvolvimento de diversas atividades pedagógicas. Unindo teoria e prática de forma contextualizada, auxilia no processo de ensino, aprendizagem e estreita a relação por meio da promoção do trabalho coletivo”, revela a coordenadora.
Edi destaca ainda que os alunos, mais conscientes da boa alimentação, tornam-se defensores e incentivadores dos bons hábitos em casa.
“Os pais apoiam a ideia e acham fantástica a iniciativa! Os alunos levam para casa as mudas produzidas por eles, e junto com a família cuidam até o momento da preparação”, finaliza.