Terapia para pacientes com autismo têm resultados comprovados
Análise do Comportamento Aplicada melhora comunicação, interação, socialização e independência
ABA é uma sigla do inglês (Applied Behavior Analysis) que quer dizer Análise do Comportamento Aplicada.
A terapia ABA utiliza a base de que os comportamentos se mantêm por sua repetição, dessa forma, eles são analisados a partir dos seus antecedentes para descobrir quais fatores que o desencadeiam.
Hoje, é a terapia voltada para autismo com maior número de pesquisas e resultados comprovados, por isso, tem sido amplamente recomendada para pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Estudos sobre a terapia são realizados desde a década de 70 por Ivaar Loovas, e indicam que o tratamento intensivo apresenta mais resultados.
Segundo Giulianna Kume, psicóloga do Centro de Excelência em Recuperação Neurológica – CERNE, a partir disso é possível reduzir e até mesmo extinguir os comportamentos inadequados e aumentar ou inserir novos hábitos.
“Nos comportamentos adequados, utiliza-se de reforço positivo para aumentar sua frequência, ou para ensinar uma nova conduta. No processo de inserção de um novo comportamento, vão se reforçando as tentativas que vão se aproximando do objetivo”, esclarece.
O ABA consiste em uma terapia estruturada que possibilita o aumento do repertório comportamental a partir do reforço positivo, fornecendo formas mais adequadas de interagir.
Ainda segundo a psicóloga, o programa ABA é desenvolvido de acordo com as particularidades e necessidades da criança e envolve tarefas gradativas para melhorar comunicação, interação, socialização e independência.
Para que o paciente generalize esses comportamentos, ou seja, reproduza em outros ambientes, os pais, profissionais e escola recebem orientações do que é trabalhado em sessão.
“A terapia é indicada para pessoas com TEA, em qualquer idade, mas quanto mais precoce e intensivo for o tratamento, melhores serão os resultados.
Os estudos têm evoluído e o ABA também tem sido utilizada como uma boa alternativa para outras deficiências que necessitam ampliar o repertório comportamental de maneira estruturada”, complementa.
Neuromodulação como auxílio à ABA
A neuromodulação consiste na aplicação de um campo elétrico ou magnético que modifica e modula o sistema nervoso central.
A prática se dá por meio da aplicação de corrente contínua de baixa intensidade sobre o crânio, a qual é capaz de gerar uma neuromodulação da excitabilidade cortical e interferir no desempenho de diferentes funções neurológicas, como motoras e sensoriais.
Já os efeitos dependem principalmente da polaridade de corrente aplicada, da intensidade, do tempo de aplicação, da área estimulada e da densidade desta corrente.
O procedimento não-invasivo é dividido em duas categorias: Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua (ETCC) e Estimulação Magnética Transcraniana (EMT).
“Nós temos alguns protocolos aprovados para trabalhar questões como a cognição e concentração. O ABA auxilia no processo de repetição, aprendizado e comportamento. Então, o que a neuromodulação faz é potencializar a questão desse aprendizado”, explica Mariana Carvalho Krueger, fisioterapeuta e sócia do Centro de Excelência em Recuperação Neurológica – CERNE.