Alerta sobre Transtorno Obsessivo Compulsivo -TOC e as várias Formas de Compulsão
Todo mundo conhece pessoas com as mais diversas manias.
Mas na verdade essas ações repetitivas, que podem ocorrer com crianças, adolescentes e adultos, é um transtorno comportamental de compulsão: por comida, (anorexia e bulimia – manter-se magro), por bebida alcoólica, por sexo, por chocolate, por remédio, a mania de roubo (cleptomania), mania de limpeza, de organização, de praticar atividade física (vigorexia), e outras.
A médica e psicanalista Soraya Hissa de Carvalho alerta sobre o Transtorno Obsessivo Compulsivo, mais conhecido como TOC.
Segundo a médica, o Transtorno obsessivo-compulsivo consiste na combinação de obsessões e compulsões.
Ela explica que Obsessões são pensamentos ou idéias, impulsos, imagens, cenas, que invadem a consciência de forma repetitiva.
Compulsões são comportamentos repetitivos (lavar as mãos, fazer verificações e conferências ritualizadas), ou atos mentais (rezar, contar, repetir palavras ou frases).
“No transtorno, as compulsões são comportamentos repetitivos e intencionais (apesar de quase involuntários) desempenhados em resposta à idéia obsessiva”, afirma a psicanalista.
Para ela, os dois tipos de sintomas quase sempre estão juntos, mas pode haver a predominância de um sobre o outro.
“Um paciente pode ser mais obsessivo que compulsivo ou mais compulsivo do que obsessivo”.
Soraya afirma que esses impulsos obsessivos e as consequentes compulsões são suficientemente intensos para causar sofrimento acentuado, consumir tempo, interferir significativamente na rotina normal da pessoa, no funcionamento ocupacional ou nas atividades e relacionamentos sociais.
Segundo ela, a maior dificuldade para o tratamento do TOC está, exatamente, em convencer o paciente que o que ele sente é uma doença e que é possível tratá-la.
“A grande maioria desses pacientes tem constrangimento em relatar seus sintomas a outras pessoas, incluindo os médicos”.
Sintomas de TOC
Soraya explica que o TOC é classificado como um transtorno de ansiedade por causa da forte tensão que sempre surge quando o paciente é impedido de realizar seus rituais.
“Mas a ansiedade não é o ponto de partida desse transtorno como nos demais transtornos dessa classe: o ponto de partida são os pensamentos obsessivos ou os rituais repetitivos”.
Diagnóstico
Conforme a médica, os sintomas obsessivos e compulsivos são imprescindíveis para fazer o diagnóstico da doença.
Contudo além dos sintomas são necessários outros critérios.
“O tempo gasto com os sintomas deve ser de no mínimo uma hora por dia ou quando o tempo for inferior a isso é necessária a existência de marcante aborrecimento ou algum prejuízo pessoal.
É preciso que em algum momento o paciente reconheça que o que está acontecendo seja excessivo, exagerado, injustificável ou anormal” esclarece a psicanalista.
Tratamento
Hoje, o tratamento mais adequado é a combinação da farmacoterapia com as terapias cognitivo-comportamentais que isoladamente também apresentam bons resultados, assim como os remédios antidepressivos. “A combinação desses tratamentos é superior ao uso isolado de cada um deles”.
Soraya Hissa de Carvalho é Médica e Psicanalista