Manchas amareladas nas pálpebras podem ter ligação com colesterol alto
Condição chamada de xantelasma está associada a níveis altos de gordura no sangue
O colesterol alto não prejudica só a saúde cardiovascular! Altas taxas desta gordura no sangue podem causar o xantelasma, condição benigna que se caracteriza por placas macias e amareladas nas pálpebras.
Em geral, essas placas se formam nas pálpebras inferiores, mais próximas do nariz. Mas podem ocorrer nas pálpebras superiores também, principalmente em mulheres de meia idade.
Segundo a Dra. Tatiana Nahas, oftalmologista especialista em cirurgia plástica ocular, essas lesões são resultado do depósito de gordura e colesterol embaixo da superfície da pele. “Este acúmulo ocorre devido a uma deficiência da oxidação lipídica. Em outras palavras, o organismo não consegue metabolizar a gordura em circulação. A partir disso se instala um processo inflamatório que culmina nas placas amareladas”.
Xantelasma e Colesterol
Um dos principais fatores de risco do xantelasma é o colesterol alto. “A única manifestação é o crescimento das placas amareladas. Mas pode ocorrer um aumento rápido dessas lesões com um impacto estético importante”, diz a especialista.
Em alguns casos, as placas podem crescer e ocupar uma extensão grande nas pálpebras. Como não regride espontaneamente, é possível que a pessoa se sinta bastante incomodada. A aparência acaba interferindo no convívio social e na autoestima do paciente.
Xantelasma pode ser um sinal de outros problemas?
O colesterol alto é um dos principais fatores de risco para as doenças que mais matam no mundo, como o infarto do miocárdio e o acidente vascular cerebral. A gordura se acumula no sistema circulatório de forma silenciosa. Portanto, muitas pessoas nem imaginam que estão com níveis altos de colesterol.
“Por isso, quando o paciente desenvolve um xantelasma é importante procurar um cardiologista para fazer um check up geral”, comenta Dra. Tatiana.
Existe tratamento?
O tratamento do xantelasma não é tão fácil. Em geral, as placas se instalam no canto das pálpebras inferiores, bem próximas ao nariz. É uma região muito delicada e sensível. Desta maneira, é preciso fazer uma avaliação muito criteriosa para indicar um tratamento que não traga efeitos indesejados.
“A recomendação é procurar um oftalmologista especialista em plástica ocular assim que notar a lesão. Quanto menor a lesão mais fácil será removê-la. Quando o xantelasma ocupou uma extensão grande das pálpebras, a remoção cirúrgica é mais delicada. Isso porque pode ser necessário fazer um enxerto cutâneo e isso pode impactar na qualidade do resultado”, reforça Dra. Tatiana.
A boa notícia é que em alguns casos o xantelasma pode ser removido durante uma blefaroplastia, cirurgia plástica ocular indicada para pessoas com excesso de pele na região periorbital. Nesses casos o resultado pode ser melhor e não deixa cicatrizes evidentes.
Outros tratamentos podem ser indicados por dermatologistas, como laser e ácidos. Contudo, é importante frisar que independente da técnica escolhida, o xantelasma pode voltar a se desenvolver”, finaliza Dra. Tatiana.
Prevenção
A melhor forma de prevenir o xantelasma é controlar os níveis de colesterol e outras gorduras no sangue.
Para isso é preciso adotar hábitos saudáveis ao longo da vida, como cuidar da alimentação, praticar atividades físicas e realizar anualmente um check up geral.