Como um psicólogo pode ajudar uma relação abalada

O psicólogo especializado em atender casais costuma ser procurado por aqueles que sentem a necessidade de estabelecer um diálogo que, por diversos motivos, pode não estar acontecendo. São casais que querem olhar para a própria relação e precisam de uma figura neutra e experiente para ajudar nesta tarefa.

Em sessões de terapia de casal o psicólogo atua de modo imparcial, facilitando o diálogo, muitas vezes fazendo perguntas cujas respostas possam ajudar a clarear os sentimentos dos pacientes. A atuação é muito mais neste sentido do que em dar conselhos ou palpites.

A facilitação deste diálogo ajuda o casal a enxergar novas possibilidades e a caminhar rumo à resolução dos seus conflitos, sejam eles quais forem.

Casais de todos os tipos e idades podem fazer terapia de casal: casados, em união estável, namorados, em relações hétero ou homossexuais. O pressuposto é a necessidade de diálogo e escuta, não o tipo ou a duração da relação.

Como são as sessões com um psicólogo para casais?

O objetivo das sessões não é o embate e a disputa, muito menos achar culpados. O papel do psicólogo é fazer com que o casal avalie suas responsabilidades, sentimentos e expectativas na relação, sem fazer juízo de valores.

É fundamental que o casal esteja aberto a uma conversa aberta e honesta, olhando com respeito e cuidado para a relação e sua história, não só para este ou aquele episódio específico – ainda que eles possam vir à tona durante as sessões.

Deparar-se com estas questões nem sempre é fácil. Cabe ao psicólogo favorecer o  diálogo saudável e construtivo entre o casal. O foco é na relação, não apenas nas partes individualmente. Com este olhar, o psicólogo contribui, propondo reflexões sobre o papel, atitudes, sentimentos e expectativas de cada um na relação.

O psicólogo poderá, inclusive, sugerir encaminhamentos complementares, como terapia individual, consulta com psiquiatra (quando há, por exemplo, um quadro de depressão ou distimia), ou ainda consultas com um sexólogo (quando há alguma questão individual ligada a este tema, que precise ser abordada por um profissional especializado).

Sigilo e privacidade

Alguns casais podem sentir receio de fazer sessões de psicoterapia, temendo uma eventual exposição, tanto de sua vida íntima como de informações familiares ou profissionais.

Mas este é um receio infundado: tudo que acontece em um consultório fica lá dentro. A privacidade do casal será sempre respeitada.

A prática do sigilo pelos psicólogos é definida pelo código de conduta ética da profissão, que determina que o profissional mantenha sob proteção todas as informações e os fatos conhecidos por meio da relação profissional. Nenhuma conversa que ocorre durante qualquer uma das sessões pode ser compartilhada.

Além disso, nenhum psicólogo pedirá a seus pacientes que relatem sobre algo que não se sintam confortáveis, ou que ainda não estejam prontos pra partilhar. É o casal que decide o que contar e quando contar. As sessões devem ser o momento em que os pacientes se sintam confortáveis e seguros para abordar qualquer assunto, sem medo de julgamentos ou informações que possam sair daquele momento de privacidade.

O relacionamento entre o psicólogo e o casal, bem como a sensação de conforto e confiança vão sendo construídos a cada consulta e, com o passar do tempo, o receio quanto à privacidade será completamente descartado.

O psicólogo para casais propõe diálogos, não monólogos

Muitos dos casais que procuram um psicólogo para iniciar sessões de terapia não sabem ao certo o motivo por trás de tantos desentendimentos. Uma coisa eles sabem: que o diálogo não está funcionando mais.

A primeira coisa a ser feita pelo profissional é procurar a origem destes conflitos. Ele propõe diálogos para substituir monólogos, trabalha a escuta, a compreensão e o acolhimento do outro.

Um casal que aprende a se escutar pode mais facilmente ter ciência dos seus problemas e, consequentemente, pensar em como começar a interagir evitando a comunicação destrutiva e buscando o bem-estar comum e favorecendo o alinhamento de objetivos e expectativas, para que a convivência se torne mais prazerosa.

Quando um casal consegue dialogar com carinho e respeito, geralmente consegue estar na mesma sintonia e caminhar na mesma direção. Isto faz com que a frequência e a intensidade dos desentendimentos sejam muito menores.

Se o que se procura são novos resultados, então serão necessárias novas estratégias. É aí que o psicólogo entra mais uma vez, propondo que se fuja do mesmo modo de agir de sempre, já que se sabe que eles manterão as velhas mágoas. A terapia de casal oferece um olhar neutro e imparcial, criando espaços para novos diálogos e conversas.

O psicólogo consegue salvar um relacionamento?

Salvar a relação não é a função do psicólogo – embora este seja normalmente o propósito de quem se propõe a iniciar uma terapia de casal.

É claro que a terapia é um recurso bastante eficiente na mediação das questões conflituosas que envolvem um casal. Mas, quando se trata de relacionamento, os dois parceiros precisam estar dispostos a investir na manutenção da relação. Costuma-se dizer que se os dois são parte do problema, os dois devem ser parte da solução. A terapia de casal dificilmente funciona se um dos companheiros for “obrigado” a participar.

Um psicólogo não tem a “missão” de salvar uma relação, e sim de propor diálogos e escutas saudáveis.

A maioria dos casais permanece junto ou se separa após a terapia?

Não existe qualquer regra neste sentido. Há muitas relações que se fortalecem depois de passar pelo processo da psicoterapia; o casal sai mais unido, porque assim desejou, se empenhou e conseguiu recontextualizar a relação e reestabelecer uma harmonia que os motive a seguir em frente, juntos.

Se depois das sessões com o psicólogo o casal optar por não seguir adiante com a relação, não significa que a terapia deu errado. Pode significar, na verdade, que durante as sessões o casal percebeu que cada qual deseja seguir o seu caminho, separadamente.

Os sonhos podem não ser mais os mesmos, mas pelo menos haverá possibilidade de um diálogo sem agressões ou desgastes, respeitando as decisões de cada um e a história daquela relação, que mereceu o esforço e o olhar atento do casal, mesmo que venha a se desfazer.

Perder, muitas vezes pode ser ganhar. O psicólogo para casais e a terapia não ditam regras nem determinam o que os casais devem fazer. Afinal, o que importa na terapia de casal é chegar ao melhor desfecho possível. Seja ele qual for.

Artigo escrito pela equipe de conteúdo científico do Nossos Doutores.

Para informações relacionadas a este artigo:
Solange Maia – Diretora de Comunicação do Nossos Doutores
solange.maia@nossosdoutores.com.br
(11) 95978-1941
 

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