Brasil: um dos países com mais depressão da América Latina
Na terra do carnaval e dos ritmos da alegria, um dado nos deixa assustados!
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 11,5 milhões de brasileiros tem diagnóstico de depressão.
Esse número nos coloca em primeiro lugar do ranking dos registros de casos na América Latina.
Para a médica psiquiatra e psicanalista, Soraya Hissa de Carvalho, a depressão é uma disfunção que afeta os pensamentos, sentimentos, saúde e o comportamento.
“Familiares e amigos devem estar atentos aos sintomas, pois como toda doença, quanto antes for tratado melhor será para o paciente e para quem está ao seu redor. As pessoas devem encarar a depressão como uma doença, pois se não tratada pode levar à morte”, alerta.
Causas e consequências
A doença tem muitas caras, por isso é fundamental saber reconhecê-las.
De acordo com Soraya Hissa, os nove principais sintomas são: alteração de apetite, alteração do sono, desinteresse geral, desinteresse sexual, dificuldade de concentração, baixa autoestima, pensamentos relacionados à morte, ansiedade com movimentos repetitivos e paralisia geral. Para a OMS, ter cinco desses sintomas é depressão grave.
A psicanalista explica que os sintomas da depressão interferem drasticamente na qualidade de vida e estão associados a altos custos sociais: perda de dias no trabalho, atendimento médico, medicamentos e suicídio.
“Embora possa começar em qualquer idade, a maioria dos casos tem seu início na idade adulta, entre 20 e 40 anos.
Tipicamente, os sintomas se desenvolvem no decorrer de dias ou semanas e, se não forem tratados, podem durar de seis meses até muitos anos”, alerta Soraya Hissa.
Conforme a psicanalista, quadros de depressão podem ser consequências de problemas psicossociais, como a perda de uma pessoa querida, do emprego ou o fim de uma relação amorosa.
“No entanto, até um terço dos casos está associada a condições médicas como câncer, dores crônicas, doença coronariana, diabetes, epilepsia, infecção pelo HIV, doença de Parkinson, derrame cerebral, doenças da tireoide e outras. Diversos medicamentos de uso continuado podem provocar quadros depressivos”, afirma.
A médica cita também os principais fatores de risco para a depressão: histórico familiar; sexo feminino; idade mais avançada; episódios anteriores de depressão; parto recente; acontecimentos estressantes e dependência de droga. Soraya Hissa aconselha o tratamento psicoterápico, acompanhado de medicamentos ou não, conforme o caso.