Cuidado com as alergias nos bebês durante o verão

É verão e talvez seu filho (a) já tenha tido alguma alergia. Festas, comidas em excesso, areia da praia, piscina, picadas de insetos. Estes são ingredientes típicos deste período do ano e que podem gerar processos alérgicos variados, tanto em adultos como em crianças.

Segundo o pediatra Sylvio Renan Monteiro de Barros, autor do livro “Seu bebê em perguntas e respostas – do nascimento aos 12 meses” e especialista em pediatria prática pela General Pediatric Service da University of California – Los Angeles (Ucla), isso ocorre porque numa contradição, nosso sistema imunológico, que tem como função primordial nos proteger contra doenças, pode reagir exageradamente à algumas substâncias, gerando efeitos que nos deixam “doentes”.

“É mais ou menos como o título daquele filme, ‘A melhor defesa é o ataque’”, salienta o pediatra.

O médico ressalta, no entanto, que as alergias não podem ser confundidas com distúrbios autoimunes, que se caracterizam pelo ataque do sistema imunológico aos tecidos do próprio corpo (como acontece na artrite reumatoide, no diabetes tipo 1 e no lúpus, por exemplo).

Nas alergias, o sistema imune reage a uma substância externa que normalmente seria inofensiva. Nos distúrbios autoimunes a reação é aos seus “próprios” tecidos corporais normais.

A Sociedade Brasileira de Pediatria, em parceria com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, divulgou recentemente estudo realizado por gastroentereologistas pediátricos, em que apontaram as proteínas do leite da vaca como o alimento que mais ocasiona alergias, no Brasil.

Entre os dados apresentados as reações graves aos alimentos mostraram que afetam mais crianças e adolescentes, sendo a grande causa de anafilaxia em menores de 14 anos.

É importante reconhecer os sinais de reações alérgicas de todos os tipos, sobretudo as alimentares que, em alguns casos, podem levar à anafilaxia – ataque sistêmico imediato em todo o organismo -, que requer tratamento de emergência.

Longe de entrar em pânico, o importante é saber as providências a serem tomadas, sendo a primeira procurar um médico especialista ou um serviço de emergência.

No caso das crianças com menos de três anos, que não têm o sistema imunológico amadurecido, o desafio é maior para diferenciar uma irritação passageira de um processo alérgico.

“Os bebês e as crianças têm os órgãos imaturos e estão mais suscetíveis aos agentes externos, e sofrem mais com as alergias”, relata o pediatra.

“O que e pode deduzir sobre as alergias que surgem no mundo todo – algumas com maior incidência – é que hábitos, costumes, modos de vida e ações humanas contribuem muito para o seu desenvolvimento. Assim como mudanças na dieta das crianças, higienização excessiva, pelos de animais, mudanças de temperatura (clima), alimentação, fumo (passivo), uso abusivo de inseticidas e pesticidas na lavoura, poluição ambiental, entre outros”, ressalta Sylvio Renan.

Abaixo, o pediatra sinaliza os principais sintomas de alergias, que podem variar de leves (desconforto na boca, urticária ou dor de estômago) a sinais graves de anafilaxia (tonturas ou desmaios, falta de ar e queda repentina na pressão, que podem causar choque):

  • coriza
  • espirro
  • olhos vermelhos inchados ou lacrimejando
  • nariz congestionado
  • inflamação e pressão dos seios da face
  • urticária
  • irritação na pele
  • coceira nos olhos
  • coceira no nariz
  • respiração ofegante
  • falta de ar
  • sensação de aperto no peito
  • dificuldade para respirar
  • tosse
  • diarréia
  • náusea
  • dor de cabeça
  • fadiga
  • sensação geral de mal estar

Veja outras dicas do especialista da MBA Pediatria e Nefrologia:

Sintomas da alergia alimentar

  • formigamento dos lábios e língua
  • cólicas abdominais
  • erupções no corpo (vermelhidão)
  • dificuldade para respirar
  • choque anafilático: o mais sério sintoma de todas as alergias. Neste caso, verifique algumas questões abaixo como primeiros indicativos:
    • quando ocorreu a reação e se foi após a criança comer um determinado alimento.
    • se a comida foi totalmente cozida.
    • observar também temperos, condimentos, bebidas.
    • se mais alguém apresentou os sintomas.

Algumas ações podem ser úteis como prevenções das alergias, tais como:

  • Os pais nunca devem fumar em casa ou perto dos filhos;
  • A casa deve estar sempre limpa e arejada, sem a utilização de produtos químicos que deixem resíduos ou cheiros fortes.
  • Evitar tapetes, carpetes e cortinas pesadas;
  • Evitar corantes e substâncias sintéticas presentes em certos alimentos.

O Dr. Sylvio Renan Monteiro de Barros é formado pela Faculdade de Medicina do ABC, tem especializações e títulos pela Unifesp/EPM, Sociedade Brasileira de Pediatria e General Pediatric Service da University of California – Los Angeles (Ucla). Sylvio Renan atuou por quase 30 anos no Pronto Socorro Infantil Sabará e foi diretor técnico do Hospital São Leopoldo.

Atualmente divide seu tempo em sua clínica, a MBA Pediatria, e à literatura médica para leigos.

Livros publicados: Seu bebê em perguntas e respostas – do nascimento aos 12 meses; e Pediatria Hoje – Orientações fundamentais para mães, pais e cuidadores.

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