Como identificar se uma creatina é pura?

Com a popularização do suplemento mais consumido do Brasil, aumentam os casos de versões adulteradas ou impuras. Entenda como funcionam os testes de qualidade e descubra os principais pontos a observar

Cada vez mais, a creatina tem ultrapassado os limites do universo dos praticantes de musculação para se tornar um dos suplementos mais consumidos do Brasil. Reconhecida pela ciência como segura e eficaz para melhora de performance física, recuperação muscular e até funções cognitivas, ela conquistou espaço nas prateleiras, nos e-commerce e no dia a dia de milhões de brasileiros. Mas, junto à explosão de popularidade, cresce também um risco silencioso: a presença de produtos adulterados, impuros ou sem qualquer tipo de controle de qualidade.

Para compreender como o consumidor pode se proteger, Sandra Regina Oliveira Garcia, nutricionista e Coordenadora de Assuntos Regulatórios e Qualidade da Soldiers Nutrition, uma das maiores empresas do setor, separou algumas dicas.

O peso dos laudos técnicos

Segundo a especialista, a segurança começa com a documentação. “Laudos técnicos são documentos oficiais que atestam a qualidade, pureza, identidade e segurança de um suplemento alimentar. São elaborados por laboratórios especializados ou pelo próprio fabricante, conforme exigências da ANVISA. No caso da creatina, esse controle é essencial, já que falamos de um produto de alto consumo e impacto direto na saúde”, explica.

Na Soldiers Nutrition, por exemplo, cada lote passa por diferentes etapas de verificação. “A compra da matéria-prima só é feita de fornecedores homologados, que já apresentam laudos de qualidade. Depois, realizamos, internamente análises para checar pureza, presença de contaminantes como metais pesados e a segurança microbiológica”, detalha Sandra.

Além disso, os testes não se restringem à empresa: laboratórios terceirizados e certificados pela ANVISA também realizam análises frequentes.

A ameaça das versões adulteradas

Com a alta demanda, crescem os riscos de ofertas duvidosas. “O consumidor comum dificilmente consegue identificar um produto de baixa qualidade sozinho, porque envolve detalhes técnicos que não estão visíveis. É por isso que a responsabilidade está nas marcas e órgãos reguladores”, alerta a profissional da Soldiers.

Um dos diferenciais possíveis é a certificação por parte de entidades independentes. A Soldiers foi aprovada pelo selo PureSafe, um dos mais reconhecidos no mercado brasileiro de suplementos.

“A PureSafe realiza testes surpresa em lotes, sem aviso prévio, e divulga os resultados por meio da Coopenutri. É uma forma de dar transparência e mostrar ao consumidor que aquilo que está no rótulo realmente corresponde ao que está dentro da embalagem”, afirma.

No aplicativo da entidade, é possível conferir em tempo real quais produtos de diferentes marcas receberam aprovação.

Transparência como estratégia

Para Rafael Pereira, head de marketing da Soldiers Nutrition, confiança é um ativo impagável. “Existem centenas de marcas, mas nem todas conquistam a confiança do público. A Soldiers encara a transparência como pilar estratégico, desde os laudos técnicos até iniciativas como abrir as portas da fábrica para visitação. O cliente precisa ver e sentir que pode confiar”, reforça.

O que o consumidor deve observar

Mesmo cem acesso a laudos técnicos, alguns cuidados básicos ajudam a garantir a qualidade do que está sendo adquirido:

• Rótulo completo: fabricante e CNPJ, lista de ingredientes, lote, validade e instruções de uso.
• Selo de certificação: quando disponível, como PureSafe ou similares.
• Aparência e solubilidade: creatina de qualidade é geralmente branca, sem odor forte e se dissolve bem em água.
• Origem da compra: optar por lojas oficiais e e-commerce reconhecidos.

Sandra reforça que “a qualidade real só pode ser comprovada por análise laboratorial. Mas, em casa, é possível identificar indícios de irregularidade observando cor, cheiro e solubilidade, além de sempre conferir a rotulagem”, finaliza.