Sonambulismo não é uma doença, mas pode exigir tratamento
Confira a seguir as dúvidas mais comuns sobre esse distúrbio do sono.
O sonambulismo é um estado anormal do sono, onde a pessoa apresenta um tipo de despertar incompleto. Em outras palavras, é quando as funções motoras se manifestam enquanto as áreas que controlam a consciência permanecem adormecidas.
De acordo com Dr. Edson Issamu Yokoo, neurologista na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, a causa do sonambulismo não é conhecida, mas pode estar ligada à genética, já que muitos dos casos observados têm pessoas da mesma família com o mesmo quadro.
Além disso, alguns fatores, como a ingestão de álcool, a utilização de medicações psicotrópicas, ansiedade, estresse, fadiga, mudanças na rotina do sono e até mesmo a ocorrência de febre podem aumentar a chance de desencadear esse distúrbio.
O sonambulismo não escolhe idade e pode acometer tanto crianças, jovens e até mesmo adultos. “Normalmente, esse transtorno surge durante a idade escolar, entre os 5 a 12 anos, mas a boa notícia é que o quadro apresenta melhora ou até mesmo desaparece durante a adolescência”, complementa o neurologista.
O indício de sonambulismo é a recorrência do que pode ser chamado de sintomas mais comuns, que são: caminhar durante o sono, sentar-se na cama, conversar e fazer atividades costumeiras, como abrir e fechar portas e janelas. “A pessoa que sofre com esse transtorno, fica sempre de olhos abertos, mas com o olhar vago e distante”, completa Dr. Edson.
E não para por aí, pois o sonâmbulo pode, ainda, fazer atividades complexas, como escrever uma carta e até mesmo comer, e não se lembrar de nada quando acordar pela manhã.
Falando em acordar, aquela velha história de que não se pode acordar um sonâmbulo não é verdadeira, segundo Dr. Edson: “Não é verdade que o sonâmbulo não possa ser acordado. Ele pode ser sim despertado, principalmente em casos que tragam riscos à sua integridade”.
Porém, é possível observar que quando o sonâmbulo é acordado, ele apresenta certa confusão mental, desorientação e, em alguns casos, até certa agressividade. Por isso, Dr. Edson recomenda que o despertar deve ser calmo e equilibrado.
Mesmo não sendo considerada uma doença, o sonambulismo pode exigir tratamento, principalmente se sua ocorrência trouxer consequências físicas e psicológica a ponto de atrapalharem a vida de quem sofre com esse problema.
Para finalizar, Dr. Edson diz que o diagnóstico é basicamente clínico: “O diagnóstico é feito a partir dos relatos, geralmente dos familiares, sobre o que ocorre durante o sono do paciente e, para confirmar a existência desse distúrbio, ainda pode ser solicitado o exame de polissonografia, estudo do sono que analisa as alterações fisiológicas que ocorrem durante a noite”.
Fonte: Dr. Edson Issamu Yokoo, neurologista na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.