O Uso de Anticoncepcional Oral e o Risco de Trombose
O Anticoncepcional e o risco de trombose
A pílula anticoncepcional começou a ser usada da década de 60 e permitiu às mulheres o controle sobre a sexualidade e o planejamento familiar.
Esse método é hoje um dos mais populares e utilizados no mundo todo, por sua praticidade e confiabilidade.
Apesar da contracepção segura, as pílulas têm grandes efeitos sobre o corpo da mulher e podem afetar a sua saúde, por isso é muito importante avaliar riscos e benefícios.
Com o passar dos anos e o avanço científico esse medicamento evoluiu levando à redução nos efeitos colaterais e mesmo trazendo benefícios estéticos.
O progresso mais marcante foi a combinação de hormônios estrogênio e progesterona (chamada de pílula combinada). Entretanto, essa composição também aumentou os riscos associados à trombose.
Você já ouviu falar em trombofilias?
Pessoas que apresentam trombofilias possuem uma maior tendência à formação de coágulos sanguíneos, obstruindo vasos e artérias, afetando membros inferiores, coração, pulmão e cérebro, levando até mesmo à morte.
A trombofilia pode ocorrer por mutações ou deficiências na produção nos fatores de coagulação e pode ser hereditária ou adquirida.
Nas trombofilias hereditárias o desenvolvimento da doença está associado a fatores genéticos.
Nos casos das trombofilias adquiridas, o tabagismo, a obesidade, a hipertensão, o diabetes e o uso de anticoncepcionais orais são os principais fatores de risco.
Seu Ginecologista, em algum momento, solicitou testes genéticos antes da administração de anticoncepcionais orais?
Os contraceptivos orais combinados estão associados a um risco aumentado de tromboembolismo venoso, principalmente em mulheres com trombofilia hereditária.
A Anvisa publicou recentemente uma recomendação sobre o uso desse tipo de medicamento e a importância de se realizar uma investigação para saber a predisposição genética ao desenvolvimento de trombofilias.
Fatores de coagulação associados ao risco de trombofilia:
- Gene V de Leiden
- Gene da Protrombina (fator II)
- Gene MTHFR C677T
- Gene MTHFR A1298C
Qualquer mulher que apresente essa mutação tem de 7 a 8 vezes mais riscos de ter trombose venosa profunda.
Se faz o uso de anticoncepcionais com hormônio combinado, este risco aumenta em 30 vezes.
Estima-se que 1 a cada 10 mulheres apresentam essas mutações, sendo que se possuir mutação em dois genes ao mesmo tempo, e ainda fizer o uso de anticoncepcionais, o risco de um AVC isquêmico é 149 vezes maior do que a população em geral.
Antes de iniciar o uso de qualquer contraceptivo oral é muito importante realizar todos os exames necessários, efetuando uma investigação minuciosa sobre os fatores genéticos e hábitos da mulher, indicando assim o melhor anticoncepcional sem prejuízos à saúde.
Como os fatores de coagulação podem interferir na Gestação?
O sucesso gestacional também depende de uma adequada circulação uteroplacentária.
Anormalidades nesta rede vascular estão relacionadas com restrições no crescimento intrauterino, pré-eclâmpsia, partos prematuros e abortos recorrentes.
E como posso saber se tenho esta predisposição genética?
O Diagnóstico Molecular irá avaliar a presença ou ausência das mutações nesses genes.
Para o diagnóstico basta uma amostra de sangue, saliva ou swab.
Hoje os planos de saúde já cobrem este procedimento e vários laboratórios realizam o teste.
Com base no resultado, o médico poderá avaliar qual será o contraceptivo mais indicado.