Dor de cabeça é comum, mas não é normal
Com certeza você já teve um episódio de dor de cabeça alguma vez na vida. Ela pode ter durado pouco tempo, ter sido de leve intensidade, como também pode ter durado muito tempo e aparecido de forma constante.
Estima-se que 93% dos homens e 99% das mulheres terão algum tipo de dor de cabeça ao longo da vida, segundo a revista médica Cephalalgia. E, de acordo com o Dr. Edson Issamu Yokoo, neurologista no Hospital São Camilo de São Paulo, por mais que seja muito comum, a cefaleia regular não é normal.
Estudos epidemiológicos internacionais indicam que ela é uma das principais causas de falta ao trabalho, responsável pela perda de quatro dias por ano, em média. E, segundo o Dr. Edson, só no Serviço de Neurologia do Hospital São Camilo Santana, 39% das consultasdiárias ao neurologista são associadas à cefaleia.
Ainda de acordo com o neurologista, a dor de cabeça, também conhecida como cefaleia, ocorre devido a estímulos inadequados em determinados nervos de sensibilidade cranianos que, interagindo com áreas cerebrais específicas, são traduzidos em estímulos de dor.
Por isso, o especialista recomenda que, nesses casos, é preciso investigar as causas das dores, já que a automedicação pode agravar acefaleia: “A automedicação sempre agrava a dor de cabeça, pois existem estratégias e critérios de tratamento para cada tipo de manifestação, que não são seguidas nesta situação” complementa Dr. Edson.
A cefaleia deve ser investigada quando ocorrer em uma frequência regular ou quando acontecer de forma inédita, súbita, atípica e de forte intensidade, que não melhora com analgésicos. Ela também pode indicar algumas patologias, como o acidente vascular encefálico isquêmico ou hemorrágico e de hemorragias meníngeas e pode durar desde poucos minutos, até vários dias seguidos.
Existem diversos tipos de cefaleia, onde podem ser classificadas como primárias ou secundárias, que ocorre quando derivam de outras patologias cerebrais. “Não há exames para diagnosticar a verdadeira causa das cefaleias primárias. O diagnóstico é essencialmente clínico. Nas cefaleias secundárias, os exames de imagem, como a Tomografia de Crânio e a Ressonância Magnética, além do exame do líquor, são fundamentais para complementação do diagnóstico”, finaliza Dr. Edson.
Abaixo, você encontra os fatores mais importantes que desencadeiam as enxaquecas:
1) Fatores ambientais: calor excessivo, climatização artificial excessiva, como o ar condicionado;
2) Inalar odores como perfumes, substâncias químicas como tintas e solventes, produtos de limpeza, como água sanitária;
3) Atividade física;
4) Fatores alimentares: jejum prolongado, ingestão de determinados alimentos como chocolates, queijos, vinhos, embutidos, temperos como ácido glutâmico e alimentos com conservantes;
5) Alteração do ciclo sono: dormir muito, dormir pouco, permanecer longos períodos em vigília;
6) Fatores hormonais: TPM ou utilização de alguns tipos de anticoncepcionais;
7) Fatores emocionais: ansiedade, depressão, estresse;
8) Uso excessivo de analgésicos.
Fonte: Dr. Edson Issamu Yokoo, neurologista no Hospital São Camilo de São Paulo.