Alzheimer: Quando o ‘esqueci’ fica preocupante
Aproximadamente 47 milhões de pessoas no mundo sofre com a Doença de Alzheimer, também conhecida como demência, segundo recente estudo publicado na revista científica Lancet.
Destes, mais de 1,2 milhão de casos estão no Brasil, conforme dados da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz).
A Comissão de Prevenção e Assistência à Demência estima que o número de pessoas com a doença poderá saltar mundialmente para 66 milhões em 2030, e para 115 milhões em 2050.
Não só os dados são alarmantes, mas, a doença traz grandes preocupações por ainda não ter cura, apesar de cientistas afirmarem que já estamos muito próximos disto.
A médica e geriatra, Soraya Hissa de Carvalho, explica que a Doença de Alzheimer tem como características principais problemas de memória, perdas de habilidades motoras (vestir-se, cozinhar, dirigir carro, lidar com dinheiro), problemas de comportamento e confusão mental.
A patologia é progressiva e causada por um distúrbio ainda irreversível do cérebro, cujas células se deterioram, provocando a degeneração dos neurônios.
“No início da doença, o paciente apresenta perda de memória leve e sente-se muito confuso, pois coisas que eram simples de lembrar, como um telefone de casa ou endereço parecem ‘sumir’ da mente. Por isso, gosto de orientar os familiares que acompanhem o doente, que pode até se perder se sair sozinho de casa, tamanha a confusão em seu cérebro”, explica a geriatra.
De acordo com Soraya, a doença não é tratada corretamente, pois muitas vezes o doente e os familiares não procuram a ajuda correta.
“Muitas pessoas pensam que é normal o idoso apresentar sintomas como esquecimento, fraqueza e irritabilidade além do habitual, por isso não procuram um especialista para analisar o caso. Com isso, a doença vai evoluindo, e quando se dão conta, os remédios utilizados para tratar os sintomas já não fazem tanto efeito”, alerta a médica.
Tratamento
Segundo Soraya Hissa, o diagnóstico é feito com testes de memória e a avaliação deve ser feita com tomografia computadorizada ou ressonância magnética do encéfalo.
Por enquanto, o tratamento para o paciente que tem Alzheimer apenas controla os sintomas e já é possível encontrar no mercado medicamentos que prolongam a vida útil do paciente, melhorando o sistema cognitivo: memória, atenção, aprendizado, desde que não seja numa fase mais avançada.
Soraya ressalta ainda que a família tem papel importantíssimo no tratamento, pois o paciente fica completamente dependente.
“Ele não consegue comer sozinho, tomar banho ou se locomover com facilidade e é necessário ter paciência, compreensão e habilidade para lidar com a situação”, completa a médica.