Plantas de presente: paisagista João Queiroz indica espécies que vão além da decoração de ambientes
As plantas, quando escolhidas como presente, tornam-se duradouras quando bem cuidadas. Tipos escolhidos trazem benefícios à saúde e marcam a lembrança de quem presenteou
Para além das formas mais convencionais de presentes de final de ano, há a opção de uma lembrança com muito significado. As plantas, quando escolhidas como presente, tornam-se duradouras quando bem cuidadas e acabam por ser a procurada “lembrança” de quem as ofertou, por toda uma vida muitas vezes.
Além disso, a natureza chega em nossas casas e nos traz inúmeros benefícios e aprendizados, sem nos cobrar quase nada por isso. O compromisso e o hábito de cuidar de plantas nos ensinam a observar os ciclos de cada uma delas, com toda a delicadeza e força da natureza que carregam.
Foi comprovado por uma pesquisa realizada pela Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, que a prática da jardinagem na rotina das pessoas pode trazer diversos benefícios à saúde, como a melhora na prática de atividade física e a redução de estresse e ansiedade.
Ainda sobre os benefícios do contato com a natureza, a pesquisadora do Centro de Ensino e Pesquisa do Hospital Israelita Albert Einstein, Eliseth Leão, lembra que o simples fato de se mexer com a terra durante a jardinagem estimula o sistema imunológico também pelo contato com a série de bactérias que existem na terra e altera a microbiota intestinal. Isso ajuda também a reduzir o risco de doenças.
Ciente disso, o paisagista regenerativo João Queiroz, fundador da Petrichor, indica boas opções de plantas para presentear diferentes tipos de pessoas e deixar sua lembrança registrada em suas casas.
“Nada melhor que uma planta de presente, eu tenho inúmeras que ganhei e toda vez que floresce ou nascem folhas novas, lembro das pessoas que me presentearam. Eu acredito ser uma maneira emocionante de dizer que estarei sempre ao lado da pessoa que escolhi dar o presente”, explica.
Árvores para crianças
Para crianças, o paisagista sugere mudas pequenas de árvores, algo que vá crescer e amadurecer junto com elas, mudas duradouras como, Ipê, jequitibá ou jacarandá. Essa opção é para quem tem um jardim, onde possa se plantar uma árvore desse porte.
Se não for o caso, o paisagista explica que há bonsais de diversas espécies. O ideal é plantá-las em vasos de cerâmica para obter boa drenagem e ir aumentando o vaso de acordo com o espaço disponível.
Para quem ainda não tem o costume de lidar com plantas
Para pessoas que não têm muito jeito ou hábito com plantas, mas gostam de ter verde em casa, Queiroz indica a zamioculca, jiboias ou espadas de São Jorge, que, além de serem plantas semi-imortais, ainda filtram o ar da casa, liberando oxigênio durante a noite, absorvendo substâncias tóxicas, como benzeno, xileno, formaldeído, tolueno e tricloroetileno. Plantas que requerem apenas uma rega por semana, adubação anual e pouca luz.
Para apaixonados por plantas
Para apaixonados por plantas, o paisagista indica um filodendro diferente, como o Glorioso ou melanochrysum. Os dois são philos muito elegantes, com texturas únicas. Segundo Queiroz, criá-los em vaso requer dedicação e experiência, para um controle de umidade de solo e ar que só com anos de cultivo se começa a desenvolver.
Pessoas especiais com acesso à varanda
Para serem cultivadas em varanda com bastante sol, o presente será certeiro com suculentas ou rosas do deserto. As suculentas com flores vibrantes e caule rígido, conquista a todos com o seu charme nativo da África e traz ares desérticos para o cantinho de casa. Suculentas são fáceis de cuidar. Basta deixar no sol, forte e direto, uma vez a cada 15 dias. Regar muito, se possível imersão do vaso todo, como Kokedama.
Sobre a Petrichor e João Queiroz
O nome Petrichor vem do Grego “Petros”, que significa Pedra e “ICHOR”, que quer dizer “O fluido que passa pela veia dos deuses”. É a conexão da natureza através da chuva. Os jardins criados pela Petrichor são como recantos de reconexão sustentáveis, independente do seu tamanho. O jardim é para trazer prazer e não trabalho, portanto, preza-se pelo uso de espécies nativas, adaptados ao ambiente, contribuindo para seu auto-desenvolvimento. Um jardim que é vivo e não apenas contemplado. Por trás da Petrichor está João Queiroz, paisagista com uma missão maior, reaproximar a natureza deste contexto tão urbanístico. Nascido em uma família de fazendeiros, estudou inovação exponencial na Singulatiry em Santa Clara na Califórnia. Em sua varanda de 10 metros quadrados, em São Paulo, o paisagista cultiva cerca de 120 plantas, além da criação de peixes em um vaso aquático com lótus brancas e até abelhas sem ferrão, nativas do Brasil, em caixas de madeira próprias que funcionam como colmeias. Um de seus projetos mais importantes contou com cerca de 150 mil metros quadrados, certificado LEED GOLD, um dos maiores da América Latina neste enquadramento, 100% sustentável.