Mudança Comportamental é possível?
As pessoas que procuram os consultórios de psicologia nem sempre acreditam que é possível mudar comportamentos.
O que normalmente sustenta esses pensamentos são as crenças que nos acompanham uma vida inteira e que nos são transmitidas como verdades absolutas, pela nossa família, pais, educadores e amigos.
Ouvimos muito falar em personalidade, fulano agiu daquela forma porque é da personalidade dele. Esse dizer vem acompanhado em diversas situações e em muitos outros exemplos, nos passando uma sensação de que somos reféns de nós mesmos. Nessa mensagem está implícita a dificuldade de mudança, pois parece que elas não estão ao nosso alcance.
Escuto muito em meu consultório a seguinte frase: mas como vou mudar se sempre fui assim? Acreditar nisso, muitas vezes impede ou dificulta a mudança.
O papel do psicólogo é também “psicoeducar” o seu paciente, quebrando essas crenças aos poucos e explicando que comportamentos são aprendidos no decorrer da vida, uma vez que a cada tentativa de uma nova ação, o efeito provocado no ambiente (positivo ou negativo) selecionará um novo comportamento.
Um exemplo simples e bem ilustrativo que costumo dar aos meus pacientes é o comportamento de colocar o dedo na tomada. Se fizermos isso e ganharmos um choque, a probabilidade de repetirmos essa ação reduz significativamente.
Seria diferente pensarmos, se ao invés de choque fossemos presenteados com moedas. Se a consequência fosse positiva, muito provavelmente esse comportamento se instalaria na vida daquela pessoa, independente dela nunca ter feito aquilo antes.
A terapia comportamental contribui nesse sentido, encorajando o paciente a gradativamente se expor à novas situações. Juntos, terapeuta e paciente analisarão que ações são mais adaptativas e funcionais para cada contexto.
A ideia é trazer ganhos e resultados mais satisfatórios, aumentando a autoestima e autoconfiança do paciente para enfrentar outros problemas e colocar em prática esses aprendizados.
Thaiana Brotto (CRP 06/106524) é pós-graduada em Terapia Comportamental e atende na clínica Psicólogos Berrini.
Muito bom o artigo parabéns!!! O exemplo do “dedo na tomada” caiu como uma luva. Sucesso ao blog.