Felicidade Ousando Ser Feliz – Parte 1 Por vidaplenaebem Publicado em 8 de julho de 2010 5 min de leitura 2 0 Confira o texto de Sônia Maria Lima de Gusmão, Psicóloga INTRODUÇÃO Neste texto, reflito sobre algumas das possíveis causas sociais e pessoais relativas à situação de descontentamento e de infelicidade vividas pelo ser humano. Considero que a felicidade não é um objetivo em si mesma, sendo decorrente da atualização de potencialidades do indivíduo – do seu viver pleno. Baseio-me na minha experiência, como psicóloga e como-ser-no-mundo, e em autores como Carl Rogers, e Paul Tillich. Concluo que as adversidades são tantas que é necessário ousar para se atingi-la. Creio que não precisamos ir muito além no passeio de nossas lembranças, ou das nossas histórias, para percebermos que no contexto familiar e social, num sentido mais amplo, o que predominava era o puritanismo hipócrita. Valores como a virgindade e a obediência cega aos pais, à igreja e aos mestres, por exemplo, faziam parte do nosso cotidiano, cerceando a expressão do nosso verdadeiro ser. Parece evidente que tais valores, aos poucos, foram se transformando. Atualmente nos deparamos com a antítese desses valores. O que antes era contido ou represado no seio dos indivíduos se transmuta na busca, muitas vezes desenfreada, do prazer e da diversão como metas de vida. Os adolescentes, sobretudo, parecem perdidos nessa busca. Observo que a liberação sexual, por exemplo, tal como tem sido experienciada pelos jovens, tem acarretado dificuldades de ordem prática e psicológica, constatadas no nosso dia-a-dia e no consultório psicológico. Quando o esquema antigo já não satisfaz, passa-se um período perdido na busca do novo, até que, finalmente, atingi-se o equilíbrio da síntese. Alienados do seu próprio ser, muitos desses jovens colocam o prazer como objetivo de suas vidas, o que os afasta ainda mais da felicidade, pois a felicidade não sendo um fim em si mesma, torna inglória essa busca. O indivíduo sente-se alegre quando ele se realiza naquilo que faz, mesmo que esse fazer acarrete, algumas vezes, em risco à própria vida, como podemos observar nos depoimentos de pessoas que se arriscaram para salvar a vida de outras, às vezes desconhecidas. Em momentos cruciais, a terapia tem sido buscada como uma tábua de salvação contra o estado de descontentamento e de infelicidade em que se encontra o indivíduo. Todavia, promover o crescimento e o desenvolvimento do potencial humano é um processo demorado, que requer daquele que busca, coragem, investimento pessoal e a vivência consciente da experiência presente. Viver a experiência presente – aqui e agora – implica lutar contra os condicionamentos sociais que nos impuseram a vida toda. Implica ousadia e abertura para enfrentar os próprios fantasmas, além das adversidades próprias do contexto em que se está inserido. No próximo post: A ORIGEM DO MEDO DE SER FELIZ Recomendados Compartilhar11TwittarPin11 Compart.