Mitos e verdades sobre emagrecimento

Para algumas pessoas ter um corpo magro não é só questão de estética, mas também de saúde. Entretanto, segundo a médica Daniele Tokars Zaninelli, endocrinologista do Hospital VITA, muitos podem exagerar nas dietas, no uso de medicamentos e atividades físicas para chegar ao resultado desejado. Para desmitificar este tipo de emagrecimento a qualquer custo, recorrendo a inúmeras tentativas de dietas “milagrosas” e focar no emagrecimento saudável, a especialista pontua alguns mitos e verdades sobre o emagrecimento.

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1. Dieta do HCG – O uso de HCG leva à perda de peso?

Não. O que leva à perda de peso é a dieta altamente restritiva que costuma ser orientada em associação ao HCG (Gonadotrofina Coriônica Humana, é um hormônio produzido em mulheres durante a gravidez). Como não leva em conta a reeducação alimentar, o reganho de peso é comum. Todos os trabalhos científicos realizados nas últimas décadas mostraram que esse tratamento, além de ineficaz, pode trazer grandes riscos à saúde. O HCG não é capaz de controlar o apetite ou reduzir a gordura corporal.

2. Dieta sem glúten emagrece?

Não. Os alimentos sem glúten não são menos calóricos do que os tradicionais, e, portanto, não servem para emagrecer. Algumas pessoas perdem peso por que ao tirar o glúten da dieta acabam trocando alimentos ricos em açúcar e gordura por outros mais saudáveis, mas não é a ausência do glúten que emagrece.

3. Noz da índia – nem segura nem eficaz.

Verdade. Vem sendo utilizada irregularmente com a promessa de emagrecimento. Tem efeito laxativo, e alguns casos de toxicidade têm sido relatados. Não existem estudos que demonstrem eficácia ou segurança de seu uso para perda de peso. É importante ter muito cuidado com substâncias anunciadas como milagrosas. Existe ainda o risco de comercialização do produto com outras substâncias não conhecidas “misturadas” à formulação, o que pode aumentar ainda mais o risco de seu consumo.

4. Perder peso lentamente é melhor do que uma perda mais rápida.

Mito. Estudos mostram que a chance de recuperar o peso a longo prazo é semelhante nas duas situações. Muitas vezes os pacientes se sentem mais motivados ao apresentar resultados rápidos, o que pode encorajá-los a manter os novos hábitos. É fato que poucas pessoas conseguem manter o peso perdido com o passar do tempo, pois a perda de massa corporal é encarada como uma situação de risco, e, como um mecanismo de defesa, o organismo luta para recuperar o peso perdido. Pesquisas mostram que uma vigilância constante aumenta as chances de sucesso na manutenção do peso perdido.

5. O tipo de dieta define o sucesso do emagrecimento.

Mito. O que define a perda de peso não é a composição da dieta, mas sim o balanço entre o consumo calórico e os gastos diários. Ao invés de adotar uma “dieta da moda”, é importante lembrar que emagrecer não depende da escolha de uma dieta específica, mas de mudanças no estilo de vida que devem ser mantidas a longo prazo. Pesquisas mostram que pessoas que tomam café da manhã, controlam o peso regularmente, assistem menos de 10 horas de televisão por semana, se exercitam em torno de 1 hora por dia e adotam uma dieta hipocalórica são as que obtém os melhores resultados.

6. Para emagrecer basta “fechar a boca”.

Mito. As evidências científicas mostram uma clara associação entre o aumento da gordura corporal e alterações funcionais e estruturais no cérebro. A obesidade precisa ser reconhecida como uma doença crônica e merece tratamento especializado, o que muitas vezes requer o uso adequado de medicações.

7. A prevenção da obesidade começa antes do nascimento.

Verdade. Estudos indicam que cerca de 20% dos bebês já nascem com excesso de peso. É importante que a família mude seus hábitos ainda no momento do planejamento familiar, pois filhos de mães que engravidam acima do peso ou ganham muito peso na gravidez têm um maior risco de se tornar obesos e de desenvolver doenças como diabetes e problemas cardiovasculares durante a vida. E não é só o peso da mãe que importa. Estudos recentes mostram que pais obesos também podem contribuir para a tendência de seus filhos ganharem peso ao longo da vida.

8. Dormir bem é importante para manter um peso saudável

Verdade. Quem dorme pouco tende a sentir mais fome e menos saciedade, além de preferir alimentos mais calóricos e praticar menos exercícios físicos. Pessoas que dormem pouco passam mais tempo consumindo alimentos e bebidas calóricas – muitas vezes sem perceber – o que pode estar associado a hábitos como assistir televisão e ficar ao computador.

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