Ovários policísticos impedem gravidez? Entenda a doença
Saiba como funciona a doença e como é possível engravidar nessa situação
Distúrbios no ciclo menstrual e obesidade, muitas vezes acompanhados de acne e aumento da quantidade de pelos, podem indicar a chamada Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP).
“A doença pode atingir cerca de 20% das mulheres em idade fértil”, destaca a especialista em reprodução assistida, Cláudia Navarro. Ela é uma das condições clínicas mais comuns dentre as disfunções endócrinas que afetam mulheres em idade reprodutiva, de acordo com dados divulgados pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia – Febrasgo.
Cláudia explica que o tratamento pode ser feito com ênfase em um de três objetivos, dependendo de qual seja o predominante em cada paciente: “a regularização do ciclo menstrual, o tratamento da infertilidade ou a melhora da pele e do hirsutismo (excesso de pelos, com características masculinas)”, enumera.
É preciso reduzir a produção e a circulação de hormônios androgênios. Quando necessário, há indicação de medicamentos que diminuam a resistência à insulina.
Segundo a especialista, o objetivo é proteger o endométrio dos efeitos da constante exposição de estrógenos; evitar os efeitos da superinsulinemia para o organismo; induzir a ovulação para alcançar e manter a gravidez e ainda oferecer suporte para controle do peso ideal.
Por fim, Cláudia Navarro ressalta que “no caso das mulheres que não têm sucesso nos tratamentos convencionais, existem duas opções bastante eficazes: IA (Inseminação Artificial) ou FIV (Fertilização in vitro)”.
No caso da Inseminação Artificial a paciente deve usar medicamentos para induzir a ovulação, formando, no máximo, três folículos (que contêm os óvulos). No momento da ovulação, o sêmen é coletado, preparado e transferido para o interior do útero, onde os espermatozoides terão que chegar até as tubas uterinas, encontrar os óvulos e fertilizá-los, formando assim um embrião.
Sobre Cláudia Navarro
Cláudia Navarro é especialista em reprodução assistida. Graduada em Medicina pela UFMG em 1988, titulou-se mestre e doutora em Medicina (obstetrícia e ginecologia) pela instituição federal. Atualmente, atua na área de reprodução humana, trabalhando principalmente os seguintes temas: infertilidade, reprodução assistida, endocrinologia ginecológica, doação e congelamento de gametas.