Fígado: Aquele que não esquece o que você fez no verão passado
Excessos ao longo da vida como bebida alcoólica e alimentação rica em gordura podem aumentar as chances de desenvolver câncer
Câncer de fígado: A doença do órgão que não esquece
Assintomático ou difícil de identificar, assim é o câncer de fígado. Apesar de não ser tão comum no Brasil, 700* mil novos casos são diagnosticados pelo mundo.
Segundo a Dra. Denise Leite, oncologista do Centro de Oncologia do Hospital 9 de Julho, esse tipo de câncer é de difícil identificação por só apresentar sintomas em estágios avançados.
O fígado é um dos maiores órgãos do corpo humano. Ele recebe 1,5 litro de sangue por minuto, vindo da artéria hepática, e da veia porta, que recebe sangue dos órgãos abdominais.
Além disso, ele produz a bile, substância que ajuda na digestão, além de armazenar e liberar glicose para o corpo.
“O fígado exerce múltiplos papéis no organismo. Por isso, quando ele falha, todo o corpo entra em colapso” explica a Dra. Denise.
Apesar de tímidos, os sintomas do mal funcionamento do fígado podem ser a falta de apetite, pele amarelada e baço aumentado.
“As alterações da doença podem aparecer tanto em exames laboratoriais, como nos de imagem e, quando necessária, é feita uma biópsia” a médica esclarece que com o fígado esteja diagnosticado, é importante que o especialista analise se a doença é primária (origem no fígado) ou secundária/metastática (origem em outro órgão).
“Isso é determinante para o tipo de tratamento que pode incluir quimioterapia, radioterapia, transplante ou cirurgia (para a retirada de parte do fígado) ”. explica a Dra. Denise.
Algumas doenças pré-existentes podem aumentar as chances do câncer de fígado
Alcoolismo: O consumo excessivo de bebida alcoólica prejudica o funcionamento do fígado que fica sobrecarregado devido ao armazenamento de gordura.
“Caso o paciente não mude seus hábitos, a gordura pode causar uma inflamação e evoluir para um quadro de cirrose, doença caracterizada pelo acúmulo de lesões no órgão, até, eventualmente, tornar-se um câncer”. explica a médica.
Hepatites: Embora sejam inicialmente silenciosas, as hepatites podem levar a complicações sérias quando não diagnosticadas precocemente.
“Isso acontece porque os vírus causadores da doença geram uma inflamação crônica e silenciosa no fígado que, se não tratada, também pode evoluir para uma cirrose” esclarece a especialista.
A Dra. Denise explica que, no caso do alcoolismo, mudanças de hábito e procurar ajuda de um profissional podem ajudar na prevenção da doença. Alguns vírus da Hepatite, como a A e a B possuem vacinas disponíveis.
Além disso, ficar atento ao uso de alicates de unhas, agulhas de tatuagem, seringas descartáveis e preservativos nas relações sexuais são importantes medidas para prevenir a Hepatite.
“É importante ressaltar que boa parte das causas deste câncer podem ser controladas e tratadas. Pacientes com esses fatores de risco devem ser acompanhados periodicamente”.
*Fonte: https://www.cancer.org/cancer/liver-cancer/about/what-is-key-statistics.html
Sobre o Hospital 9 de Julho: fundado em 1955, em São Paulo, o Hospital 9 de Julho tornou-se referência em medicina de alta complexidade com destaque para as áreas de Neurologia, Oncologia, Onco-hematologia, Gastroenterologia, Ortopedia, Urologia e Trauma. Possui um Centro de Medicina Especializada com atendimento em mais de 50 especialidades e 13 Centros de Referência: Centro de Dor e Neurocirurgia Funcional; Rim e Diabetes; Cálculo Renal; Cardiologia; Oncologia; Gastroenterologia; Controle de Peso, Infusão, Medicina do Exercício e do Esporte; Reabilitação; Clínica da Mulher; Longevidade e de Doenças Inflamatórias Intestinais (CDII).
Com cerca de 2,5 mil colaboradores e seis mil médicos cadastrados, o complexo hospitalar possui 470 leitos, sendo 91 leitos nas Unidades de Terapia Intensiva, Centro Cirúrgico com capacidade para até 22 cirurgias simultâneas, inclusive com duas salas híbridas (com equipamento de Hemodinâmica e Ressonância Magnética) e três para robótica, incluindo a Sala Inteligente, que permite a realização de cirurgias em sequência.