Estados emocionais estressantes podem causar dores articulares
Quem nunca dormiu tenso, preocupado e acordou com as articulações faciais e a cabeça doendo? Para lá de comum, esse estado emocional pode causar sobrecarga e desgaste dos dentes, além de dores mandibulares e ruído articular.
Aliás, o som emitido pelas articulações bucais é uma das características clínicas importantes para o diagnóstico dessas disfunções temporomandibulares, conforme explica o cirurgião-dentista Alexandre Landulpho, especialista em próteses e implantes. Segundo ele, “o ruído próximo à região do ouvido tem despertado especial atenção dos profissionais da Odontologia. É um sinal de alteração funcional do aparelho mastigatório, que requer tratamento, ou pode ainda ser considerado como normal para alguns pacientes dependendo de suas características”.
O resultado de todo esse estresse é a dor intermitente ou contínua em várias partes da cabeça e pescoço. “Pode, também, estar acompanhada de alterações na movimentação da mandíbula e de vários ruídos próximos ao ouvido. Classificado em estalidos, estalos e crepitação, o ruído articular pode ser diagnosticado e tem tratamento, por ser um sinal de possível degeneração do disco articular”, explica o dentista.
Barulho, barulhinho, barulhão
O estalido é o ruído mais comum que o profissional identifica como um dos primeiros sinais do desequilíbrio biomecânico da articulação e dos músculos da mastigação e, a partir dele, pode sugerir o tratamento mais adequado para as disfunções temporomandibulares. “Métodos de tratamento ou controle de qualquer doença ou disfunção devem, logicamente, pressupor um conhecimento da natureza e da causa da condição específica que está sendo tratada.
A despeito dessa incerteza sobre qual o melhor método de tratamento e qual a causa real da disfunção, inúmeros autores defenderam a utilização dos aparelhos interoclusais como primeiro passo para uma análise terapêutica e controle da sintomatologia dolorosa”, diz. Para Alexandre, o controle da dor e do desconforto é o primeiro objetivo do tratamento. A maioria utiliza medicamentos, fisioterapia e aparelhos quando indicados. O seu diagnóstico e o tratamento, segundo Alexandre, pressupõe cuidados e prudência no diagnóstico e no tratamento.
De acordo com ele, na presença de dificuldades, a discussão de qual é a melhor conduta para o paciente pode ser influenciada pela capacidade de obter maiores benefícios com menos riscos e custos. “Desse modo, essa disfunção é uma condição e não uma doença propriamente dita, e que é controlada mais do que curada. A respeito disso, achados obtidos a partir de estudos sobre ruídos articulares compreendem um critério de diagnóstico auxiliar essencial no que se refere às condições do complexo disco-cabeça da mandíbula”, finaliza.
Sobre o profissional
O Prof. Dr. Alexandre Landulpho é cirurgião-dentista, especialista em prótese dentária, em disfunção temporomandibular e dor orofacial. Mestre e doutor em prótese dentária. Clínico com enfoque em odontologia estética, professor na UNIP Sorocaba, também ministra cursos na área de prótese dentária em Sorocaba e região.