Relógio biológico não existe: entenda como funciona o processo de regularização do sono e de outros ritmos biológicos
De acordo com a Wikipédia, o nosso relógio biológico é “a denominação dada a todo e qualquer processo periódico atrelado a um ser vivo ou a um grupo destes que, dotado de um período razoavelmente preciso, faz-se de forma bem sincronizada com um relógio físico tradicional”.
Porém, de acordo com Bruno Gonçalves, que trabalha no Departamento de Cronobiologia e do Departamento de Métodos de diagnóstico da Associação Brasileira de Sono, o relógio biológico não existe.
“O que temos é um sistema que oscila com período diferente de 24 horas, variando entre 22 e 26 horas, mudando de pessoa para pessoa. Essa oscilação muda o funcionamento do nosso organismo e é responsável, por exemplo, por controlar o nosso ciclo de dormir e acordar”, explica o pesquisador.
Questionado sobre como as pessoas geralmente dormem e acordam nos mesmos horários, Gonçalves explica que uma pessoa com período igual a 24h30min não acorda meia hora mais tarde todos os dias, porque nosso sistema oscilador é influenciado pelo ciclo claro e escuro, esse com período igual a 24 horas.
“A influência do ciclo claro e escuro no oscilador é chamada de sincronização”, afirma Gonçalves.
Ainda assim, ele ressalta que por razões biológicas e comportamentais algumas pessoas não se sincronizam completamente ao ciclo claro/escuro.
A baixa exposição à luz durante o dia e excessiva exposição durante a noite são os principais comportamentos que reduzem a sincronização.
“Diversos artigos científicos mostram que um ritmo regular está associado a uma vida mais saudável. Depressão, diabetes, obesidade, problemas cardiovasculares dentre outras doenças podem ser causadas ou agravadas por um ritmo com baixo nível de sincronização”, completa.
Para quem busca aumentar o nível de sincronização, recentemente foi criado o aplicativo para celulares chamado “Sincronize”.
O aplicativo fornece dicas baseadas em questionários respondidos pelo usuário assim como nos dados obtidos por meio de sensores do smartphone como o acelerômetro e o luxímetro.
Gonçalves, que é idealizador do aplicativo afirma que com ele é possível acompanhar o seu nível de sincronização e ver se as mudanças comportamentais estão surtindo efeito.
“Esse processo, conhecido como Cronofeedback é o ponto central do nosso sistema”. Em breve, será lançado uma pulseira que tornará o sistema ainda mais eficiente.
Para se cadastrar e ser um dos primeiros usuários do aplicativo, que será gratuito, acesse http://www.actigrafia.com/sincronize