Mês de julho: conscientização sobre o câncer de bexiga
Para alertar a população sobre os sintomas, fatores de risco e o aumento da incidência do câncer de bexiga, o mês de julho foi escolhido como o período de conscientização quanto a assuntos relacionados a este tipo de neoplasia.
Em 2016, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) mensurou a incidência de 9.670 novos casos do câncer de bexiga no Brasil, sendo 7.200 em homens e 2.470 em mulheres.
A última pesquisa sobre óbitos causados pela doença foi realizada pelo órgão em 2013, e apontou 3.642 casos, sendo 2.542 homens e 1.099 mulheres.
O câncer de bexiga é o tumor mais comum do sistema urinário, sendo mais prevalente em homens de meia idade, tendo como principal fator de risco o tabagismo, que aumenta até dez vezes a chance de desenvolver a doença.
Além do tabagismo e idade avançada, o câncer de bexiga se relaciona com infecções parasitárias, radiação e exposição a substâncias químicas.
De acordo com o pesquisador e coordenador da Disciplina de Oncologia da Faculdade de Medicina da UFMG e diretor clínico da Personal Oncologia de Precisão e Personalizada, André Murad, o cigarro possui em torno de 100 substâncias cancerígenas, sendo a nicotina o principal implicador.
“A nicotina não é cancerígena, mas se transforma em nitrosamina, e esse material é absorvido, circula pelo corpo e pode causar todo o tipo de câncer”, comenta.
André Murad, esclarece que solventes de tintas e solventes orgânicos podem eventualmente causar o câncer de bexiga.
“Principalmente o benzeno, que causa leucemia. As pessoas acham que a tinta causa o câncer, mas na verdade é o que causa é o removedor. Já removedor de esmalte não, porque não tem solvente orgânico, ele é a base de acetona que não é cancerígena. E correntes com base a anilina, mas que hoje são raros, podem causar câncer de bexiga”, completa.
Com origem nas células que revestem o órgão, este câncer pode ser dividido em três tipos: o carcinoma de células de transição, que representa a maioria dos casos e começa nas células do tecido mais interno da bexiga; o carcinoma de células escamosas, quando o tumor afeta as células delgadas e planas que podem surgir na bexiga depois de infecção ou irritação prolongadas; e a adenocarcinoma, que tem início nas células glandulares (de secreção) que podem se formar na bexiga depois de um longo tempo de irritação ou inflamação.
Com números crescentes ao longo dos anos e sendo pouco discutido dentre a sociedade médica e público em geral, o câncer de bexiga é confundido com outras doenças de menor complexidade e gravidade, gerando assim uma grande dificuldade quanto a identificação de seus sintomas.
Os sintomas da doença incluem o sangramento na urina, ardência ao urinar, incontinência urinária, dores nas costas ou pélvis, fadiga e perda de peso.
A melhor maneira de prevenir o câncer de bexiga é evitar os fatores de risco e a realização de consultas regulares.
Pessoas que trabalham com compostos de borracha, couro, tintas e na indústria têxtil devem fazer exames de rotina e estar sempre atentos aos sintomas dados pelo organismo.
A Clínica Personal é afiliada e parceira do Centro de Oncologia do Hospital Montefiori de Nova York, inclusive realizando reuniões conjuntas mensais pelo sistema de Teleconferências.