Técnica minimamente invasiva preserva a tireoide em tratamento dos nódulos benignos
O nódulo de tireoide palpável é presente em até 6,4% das pessoas. A grande maioria (cerca de 95%) é benigna.
Porém, alguns deles necessitam de algum tipo de tratamento devido ao crescimento progressivo, à compressão local ou mesmo por queixas estéticas.
As principais opções terapêuticas são a cirurgia (tireoidectomia) e eventualmente o tratamento com levotiroxina, sendo que este é indicado em casos muito específicos.
No entanto, há novidades no tratamento desses nódulos já disponível em nosso país: a técnica minimamente invasiva de ablação por radiofrequência.
A técnica será discutida durante o II Simpósio Internacional de Atualização das Doenças da Tireoide, o SIADTI, que acontecerá nos dias 17 e 18 de novembro, em São Paulo.
O encontro é uma realização do Instituto de Educação e Ciências em Saúde do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
O médico cirurgião de cabeça e pescoço do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Erivelto Volpi, diz que
“as principais vantagens da ablação por radiofrequência em face da cirurgia são o tratamento dos nódulos sem cortes e as chances de preservação da glândula, além de ser um tratamento ambulatorial”
Ainda de acordo com o cirurgião de cabeça e pescoço, a técnica apresenta resultados altamente satisfatórios na diminuição dos nódulos e na resolução dos sintomas compreensivos e estéticos.
Estudos internacionais demonstram que apenas 10 dos pacientes submetidos à técnica apresentam algum efeito colateral.
Entre outros, alguns efeitos colaterais possíveis são: febre, hematoma local, disfonia e hipotireoidismo, porém, via de regra, são de pouca intensidade geralmente autolimitados.
“O resultado mais importante é a preservação da função tireoidiana mantida em praticamente 100% dos pacientes”, destaca Dr. Erivelto.
A função da tireoide é produzir, armazenar e liberar hormônios tireoidianos na circulação sanguínea, sendo os principais os triiodotironina (T3) e a tiroxina (T4), que têm a missão de controlar o metabolismo e a homeostase – equilíbrio entre os sistemas – do nosso corpo.
“A não produção desses hormônios causa o que chamamos de hipotireoidismo, e seus sintomas são: cansaço, depressão, diminuição da função cognitiva, prisão de ventre, diminuição da frequência cardíaca, sonolência, entre outros”, finaliza o médico cirurgião de cabeça e pescoço.