Psicanalista diz como controlar o pânico gerado pelas notícias do coronavírus no Brasil
O Coronavírus chegou ao Brasil já se tornou o assunto mais comentado do dia. Foram confirmados dois casos em São Paulo e há muitos outros casos suspeitos que ainda não foram confirmados se são positivos ou não. Devido a isto, a primeira sensação que muitos têm ao depararem-se com o desconhecido e com a possibilidade do contágio é o pânico, seguido do medo de sair de casa por não sentir-se mais seguro.
Em busca do ponto de equilíbrio para evitar o pavor coletivo, o psicanalista e filósofo Fabiano de Abreu, dá dicas de como evitar que o pânico atrapalhe a sua rotina.
“Eu busco meios para que o medo não sobressaia à razão e eu possa viver o meu dia em equilíbrio. O coronavírus chegou e está bem próximo de mim, já que foi detectado em um doente em Penafiel e no Porto em Portugal. Estou em Castelo de Paiva, a poucos quilômetros destes locais.”
Para o psicanalista, o primeiro ponto é entender o motivo, razão e as circunstância de tudo na vida:
“Temos por obrigação racional saber essas três coisas para que possamos iniciar o processo de autoconhecimento, que é o necessário para buscarmos o equilíbrio e viver bem a nossa rotina . O coronavírus é menos letal que muitos outros como o H1N1 e o SARS, tendo mortalidade abaixo dos 2%. Saber seus sintomas, formas de contágio e procedimentos, já é uma ajuda para que o nosso instinto de sobrevivência, que está em nosso inconsciente, não vença o nosso consciente.”
Instinto de Sobrevivência
Segundo Abreu, o nosso instinto de sobrevivência ativa a nossa ansiedade, o que traz consequências positivas e negativas:
“a nossa ansiedade pode ter duas vertentes, uma boa e a outra ruim. A boa é que nos prepara para tomarmos medidas para lidar com os problemas. A má é que ela pode causar pânico quando não sabemos como agir ou quando não temos o que fazer e ficamos apenas na expectativa.”
Saiba como evitar o pânico em meio a crise do coronavírus
Fabiano de Abreu aponta procedimentos para agir de forma racional e não sucumbir ao medo e ao pavor. Confira:
1 – Não veja todas as notícias sobre o caso e sim as essenciais para se manter informado. Não seja um bitolado, teórico da conspiração, e sim uma pessoa a buscar por respostas necessárias.
2 – Esteja ciente dos sintomas, que são febre, vômito, falta de ar e diarreia. Identificar que eles não são típicos de gripe faz a diferença para que, caso os sinta, chame os bombeiros de imediato. (melhor chamar os bombeiros para não correr o risco de contagiar outras pessoas a caminho do hospital).
3 – Não frequente pontos turísticos e lugares públicos que tenha muitas pessoas em áreas de surtos. Isso já o manterá tranquilo.
4 – Compre comida o suficiente para não ter que ficar nos mercados o tempo inteiro vendo o pânico dos outros. Prateleiras vazias podem impulsionar medo e pânico. Entenda que há pessoas que não conseguem controlar o pânico e isso não tem nada a ver com a epidemia.
5 – Use a ansiedade a seu favor. Ocupe o seu tempo produzindo e se preocupando menos com o que não aconteceu ainda. E não se esqueça que as chances de viver são bem maiores que a de morrer e que, o estresse baixa a imunidade. Meditação é a busca do equilíbrio e é essencial para que possamos nos manter conscientes e com alta imunidade.
6 – Aumente o consumo de vitamina C e chás que aumente a imunidade como limão, gengibre, guaco, chá verde e alimente-se bem.
7- O medo provoca uma sensação de prazer quando percebemos que foi com o outro e não consigo mesmo. Não se sinta mal por isso pois é uma defesa do nosso organismo que está em alerta através do instinto de sobrevivência.
8- Mesmo que não tenha religião, tenha fé nas suas convicções e que dentro de uma razão, a epidemia é mais uma crise que vamos ultrapassar.