Dipirona e paracetamol contra dengue: saiba quais cuidados tomar ao procurar um medicamento para combater os sintomas da doença
Medicações são indicadas para o tratamento da dengue porque não influenciam na coagulação sanguínea
Dipirona e paracetamol são dois velhos conhecidos da maior parte dos brasileiros para aliviar a dor e combater a febre.
Mas, o que pode ser uma surpresa para algumas pessoas é que esses dois medicamentos de baixo custo são uns dos poucos indicados para tratar a dengue, já que não interferem na coagulação sanguínea.
Sangramentos (hemorragias) podem ser uma consequência dos casos mais graves da
doença e alguns remédios devem ser evitados.
Ao contrário de drogas como nimesulida e ibuprofeno, que têm propriedades anti-inflamatórias (atuam no combate das inflamações) e podem alterar a coagulação do sangue, a dipirona e o paracetamol atuam especificamente na regulação da temperatura corporal e do alívio da dor, manifestações comuns da infecção por dengue.
Por isso, são os remédios mais recomendados para o tratamento dos sintomas.
Os sintomas mais comuns da infecção por dengue são: dor de cabeça intensa, dor atrás dos olhos, dores musculares e articulares, além de náusea e vômito.
“De forma resumida, eles atuam bem nos sintomas da dengue: febre e dor. E isso sem alterar a
coagulação. Ou seja, baixando a febre e diminuindo a dor sem o efeito colateral indesejável que é o sangramento”, explica Alvaro Pulchinelli, médico patologista clínico e toxicologista, presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML).
Mas, antes de entender como esses remédios agem no nosso corpo, vale lembrar que não existe medicação disponível no mercado que combate os vírus da dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4), elas apenas amenizam seus sintomas.
Como a dipirona e o paracetamol agem no corpo?
A dipirona e o paracetamol são medicamentos analgésicos que atuam para inibir a produção de prostaglandinas, substâncias químicas responsáveis pela sensação de dor.
Assim, quando ingeridos, são absorvidos principalmente pelo intestino e entram na corrente sanguínea, onde são distribuídos pelo nosso corpo, incluindo as áreas doloridas.
Uma vez que os remédios alcançam esses locais, eles atuam como inibidores da enzima responsável pela síntese dessas substâncias e como resultado, a produção de prostaglandinas é reduzida ou interrompida, o que diminui a sensação de dor.
Desse modo, tanto a dipirona quanto o paracetamol exercem seu efeito analgésico, ajudando
a aliviar a dor e desconforto associados aos sintomas da dengue.
“Esses medicamentos aliviam os sintomas. Veja que nós não estamos falando aqui de forma alguma que eles combatem o vírus da dengue. Não é isso. Essas drogas vão contrabalancear e contra-atacar os efeitos da infecção do vírus da dengue no nosso organismo”, acrescenta Pulchinelli.
Vale ressaltar que ao apresentar possível quadro sintomático da doença, é importante procurar um serviço de saúde para receber diagnóstico e tratamento adequado, como alerta o Ministério da Saúde.
A automedicação pode mascarar sintomas mais graves e atrasar o processo de tratamento para dengue.
Além disso, o médico lembra ainda que a automedicação é perigosa devido a possíveis resistências a remédios porque algumas pessoas podem apresentar reações alérgicas a certos componentes presentes nos remédios.
Por isso, consultar um profissional de saúde ajuda a evitar esses quadros mais graves.
Também é importante destacar que qualquer medicação pode apresentar efeitos colaterais. No caso do paracetamol, por exemplo, um dos principais é a alteração hepática, especialmente em uso excessivo ou de doses muito altas do medicamento.
Sobre a SBPC/ML – A Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial é uma associação de direito privado para fins não econômicos, fundada em 31 de maio de 1944. Tem como finalidades congregar Médicos, portadores do Título de Especialista em Patologia Clínica/Medicina Laboratorial e Médicos de outras especialidades, regularmente inscritos nos seus respectivos Conselhos Regionais de Medicina, e pessoas físicas e jurídicas que, direta ou indiretamente, estejam ligados à Patologia Clínica/Medicina Laboratorial, e estimular sempre o engrandecimento da
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