O quanto vale nosso esforço?
Nota de abertura: Esse texto terá um tom mais pessoal, mas sem perder a mensagem sobre superação que quero transmitir a todos aqueles que se encontram meio que “paralisados” diante de si mesmos.
Então, hoje o texto é em especial a todas aquelas pessoas que sonham, persistem, insistem e não se cansam de buscar por aquilo que sonham. Seja um emprego onde se sinta melhor, motivado e reconhecido ou uma “decolada” no próprio negócio e por fim, a “estabilidade” em um concurso público.
Particularmente, vou dedicar esse texto a uma grande amiga, aquariana como gostava de se intitular quando adolescente e cheia de projetos e experiências que literalmente não cabiam nas páginas que escrevia pra mim.
Sim, nos conhecemos através de cartas, coisa que hoje em dia poucas pessoas fazem devido à facilidade e interatividade dos aplicativos disponíveis.
Admito que meu gosto por leitura iniciou-se precocemente, aos 9 anos comecei a escrever meu livro sobre ”aventuras imaginárias”. Acredito que me surpreenderia com seu conteúdo “futurístico” (risos), talvez seja mesmo uma característica de aquariana, mas nunca o encontrei.
Assim meu gosto à leitura e a escrita me levaram a uma página específica dos Gibis da Turma da Mônica, “Na base da Amizade” onde conheci a GraMathers (nome fictício).
Pausa para nostalgia…
A partir da 1ª carta, não paramos mais, escrevíamos tudo, trocávamos sonhos, projetos e experiências que com toda certeza enriqueceram a percepção que hoje eu tenho da “empatia”. Toda vez que o carteiro parava na porta da minha casa ele dizia: ”Será que a mão dela não dói não?”.
Nossas cartas tinham em média 80, 90, 100 ou mais folhas recheadas de aventuras, percepções, opiniões e principalmente sonhos. E os envelopes então, a criatividade tomava conta. Eram feitos de jornal, capas de revistas, colagens, pinturas, letras de músicas e até poesia. Lembro me que Carlos Drummond reinava em nossas citações e como era mágico nossa troca de cartas.
Particularmente sempre a achei empolgante com as coisas, qualquer que seja ela sempre estava feliz, radiante e com uma energia que empolgava a cada linha lida. Era realmente triste terminar a leitura da carta em poucas horas…
Crescemos e com o tempo perdemos um pouco do contato, vindo nos encontrar pessoalmente depois de quase 7 ou 8 anos de amizade. Ela estava em BH para prestar uma prova de concurso. Assim, conheci a GraMathers advogada, visionária e com um esforço descomunal para vencer e se superar.
Depois de um tempo, ela já funcionária pública continuava lutando, estudando, buscando e principalmente se superando. Estava de volta à BH, agora prestando o concurso da Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais.
Ainda com o mesmo esforço, com a mesma identidade visionária daquela aquariana adolescente de 15 anos atrás ela estava ali, sentada na porta da rodoviária com uma apostila enorme no colo literalmente sublinhada em cor amarelo fluorescente e com o mapa de BH na capa.
Dizia que era para não se perder, pois era “interiorana” e a capital era grande demais, movimentada demais. Mas outras capitais ela também conheceu prestando esse concurso, Rio de Janeiro, São Paulo e tantas outras.
Depois de um tempo, perguntei sobre o concurso, ela dizia que ainda não tinha passado. E eu guardei comigo o “ainda”, eu sabia que esse dia chegaria. E chegou! Hoje é uma Defensora Pública! E por paixão, por vocação, por empenho e dedicação.
Ela não desistiu mesmo com a “estabilidade” de um concurso de nível federal, ela não desanimou mesmo com o cansaço e a falta de esperança que às vezes batia a sua porta ao ver que seu nome não estava na lista dos aprovados, pelo contrário, ela se superou em cada um e sabia que estava perto do seu grande sonho.
E é isso que nos move, acreditar, buscar e principalmente nos ESFORÇAR para conseguir chegar no lugar que tanto sonhamos. Por isso, a força de vontade e determinação é importantíssima nesse percurso, mas ainda mais importante, é a credibilidade que você deposita em si mesmo, é no final se sentir merecedor e principalmente não ter medo do sucesso!
À GraMathers e tantas outras pessoas que não desistem e não se acomodam, minha eterna admiração. E aqueles que estão paralisados, lembrem-se da história da Formiga e da Cigarra, enquanto uma “aproveita” o momento, a outra se esforça para atingir um futuro melhor.
“O degrau de uma escada não serve simplesmente para que alguém permaneça em cima dele, destina-se a sustentar o pé de um homem pelo tempo suficiente para que ele coloque o outro um pouco mais alto.”
Thomas Huxley
Lingia Menezes de Araújo
Psicóloga Clínica
OBS: Todo o conteúdo desta e de outras publicações tem função informativa e não terapêutica.