Alguma coisa está fora da ordem*

Ilustração de Sah Elizabeth
Quantas vezes revirei meus livros em busca de caminhos, procurei nos papéis e rascunhos as pistas do que fazer, para onde ir, as provas de quem eu sou, ou do que penso que sou?!

Anotei em algum lugar, tenho certeza, aquele número de telefone! No verso, eu escrevi: “às vezes, subo no topo de mim…”.

Em que parte da agenda escrevi aquele texto que falava do recomeço, da desconstrução do eu?!

Na desordem escondida da agenda paira a ordem subjetiva das palavras em suas linhas. A aparente ordem dos livros na estante sustenta a desordem de mil idéias por minuto.

Eu me organizo, abstratamente, quando bagunço minhas coisas. E arrumo as coisas quando as idéias se desarranjam dentro em mim.

As palavras, no papel, ordenam tudo: as idéias, os sentimentos, os anseios…

Quantas vezes a caneta acabou no meio dos pensamentos? Quantas vezes, eu me acabei no meio deles? Quantas me salvei neles…. ou deles? Quantas tentei fugir?

Quantos livros ainda cabem nessa estante?

* O título desse post é parte da letra de Caetano Veloso.

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