person holding gift box

Natal – de Deus ou dos homens?

INTRODUÇÃO

Não se ganhará um concurso de popularidade escrevendo um artigo como este. Um cristão tem, no entanto, a obrigação de honrar a vontade de Deus acima da vontade do homem. A maioria dos que professam acreditar em Deus ficam chocados ao saber que alguém que afirma ser cristão rejeitaria celebrar o “Natal” em sentido religioso. A palavra “Natal” (Christmas em inglês), no entanto, não se encontra nas Sagradas Escrituras. Esta verdade deveria fazer as pessoas perceberem que a tradição vem da mente do homem em vez da palavra de Deus. Alguém procurará em vão nas Escrituras a palavra “Natal” ou a autoridade para celebrar o “Natal” com conotações religiosas.

Philip Schaff na História da Igreja Cristã dá crédito ao bispo Libério de Roma por primeiro celebrar o Natal em 360 d.C. (Vol. III, p. 395). Foram meros homens que finalmente confirmaram “a referência simbólica da festa do nascimento de Cristo, o Sol da justiça, a Luz do mundo, ao festival de nascimento do sol invicto, que no dia vinte e cinco de dezembro, após o solstício de inverno, rompe o crescente poder das trevas, e começa novamente sua carreira heroica. Era ao mesmo tempo, além disso, a opinião predominante da igreja nos séculos quarto e quinto, que Cristo realmente nasceu no dia vinte e cinco de dezembro” (Vol. III, pp. 396-397).

UM PRINCÍPIO BÍBLICO

O Natal pode ser um “dia santo” na mente dos homens, mas não é um “dia santo” na mente de Deus! O apóstolo Paulo advertiu os Gálatas contra a celebração de tais dias santos, dizendo: “mas agora, conhecendo a Deus, ou, antes, sendo conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir? Guardais dias, e meses, e tempos, e anos. Receio de vós, que não haja sido em vão o meu trabalho entre vós” (Gálatas 4:9-11).

Por favor, lembre-se que a dispensação cristã estava em vigor quando Paulo se dirigiu aos irmãos Gálatas. Estas pessoas haviam se convertido do judaísmo ao cristianismo, mas alguns estavam retornando aos ritos e cerimônias da lei judaica. O apóstolo lhes lembra que estes dias especiais, festas, cerimônias e ritos não podiam conferir uma única bênção espiritual. Na verdade, Paulo enfatiza que se eles insistirem em se envolver em práticas não autorizadas pelo Novo Pacto, seu trabalho com eles será considerado em vão! Tal também é verdade hoje quando honramos e exaltamos as tradições dos homens acima da vontade de Deus.

Que possamos sempre lembrar que devemos voltar à Bíblia para determinar se temos ou não autoridade para uma atividade religiosa. Não importa quão sinceros sejam, atos religiosos praticados sem autoridade divina são vazios, vãos e pecaminosos. Foi Jesus quem disse: “Hipócritas, bem profetizou Isaías acerca de vós, dizendo: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens” (Mateus 15:7-9).

Ao se esforçar para dar um exemplo apropriado aos outros, os cristãos devem evitar usar decorações durante as “festas natalinas” que estejam associadas à religião (cartões religiosos, selos, presépios, etc.). Por que cantar músicas durante a época natalina sobre o nascimento de Cristo que não são normalmente cantadas durante outros meses do ano? Por que fazer “cantatas natalinas” cantando músicas religiosas? Aqueles que se envolvem nesses atos durante a época festiva evidentemente acreditam que o “Natal” está muito intimamente ligado a Cristo. Por favor, mantenha a mente aberta e pergunte a si mesmo: “Onde encontro a data do aniversário de Cristo na Bíblia e a autoridade para torná-lo uma celebração religiosa?”

É minha convicção pessoal que o dia 25 de dezembro pode ser observado como um feriado nacional para visitar amigos e família. Torna-se uma violação da lei de Deus apenas quando se estabelece um feriado religioso que Deus não estabeleceu. Dar presentes e fazer refeições em si não são errados — apenas não conecte nenhuma dessas coisas com a religião da Bíblia ou o nascimento de Cristo.

FATO VERSUS FICÇÃO

Como o profeta Isaías implorou: “Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor…” (1:18). É uma verdade que deve ser apontada que a celebração popular do Natal não concorda com os fatos bíblicos. Primeiro, os homens celebram 25 de dezembro como o aniversário de Cristo, mas a Palavra de Deus não revela a data de Seu nascimento. Quando Cristo nasceu, a Bíblia diz: “Havia naquela mesma região pastores que estavam no campo, e guardavam durante as vigílias da noite o seu rebanho” (Lucas 2:8). Aqueles que estão familiarizados com a terra da Palestina dizem que tal cena não ocorreria no mês de dezembro devido à estação fria e chuvosa. Os pastores provavelmente não estariam com suas ovelhas depois de meados de outubro.

Segundo, o sempre popular presépio coloca Jesus em um estábulo com vacas, cavalos, cordeiros, burros ou animais semelhantes. A Bíblia é silenciosa em relação a tal cena! Por favor, leia sua Bíblia cuidadosamente. Você pode se surpreender ao descobrir que muitas coisas que são consideradas verdade bíblica ou fato não podem ser encontradas na Bíblia! Devemos ter cuidado para não confundir o que pensamos que poderia ter acontecido com o que as Escrituras dizem que realmente aconteceu.

Terceiro, a maioria das pessoas acredita que havia três reis magos que visitaram o menino Jesus em uma manjedoura. Não é verdade! Um anjo apareceu a alguns pastores que foram informados que encontrariam um “menino envolto em faixas e deitado numa manjedoura” (Lucas 2:12). Foi provavelmente vários meses depois que os magos chegaram a Belém (cf. Mateus 2:16), e eles visitaram Jesus em uma casa (Mateus 2:11) — não em uma manjedoura!

Também se presume que havia três magos por causa dos presentes mencionados – ouro, incenso e mirra (Mateus 2:11). A verdade é que a Bíblia não revela o número de magos que fizeram a jornada até Belém.

O Natal tem sua origem no paganismo e nunca a Bíblia nos ordena a celebrar o nascimento de Cristo. Se Deus tivesse querido que o aniversário do Salvador fosse celebrado, Ele certamente teria ordenado tal coisa! Somos, no entanto, ordenados a celebrar a morte de nosso Senhor a cada primeiro dia da semana (Lucas 22:19ss; Atos 2:42; 1 Coríntios 11:26). Assim, o único dia que tem significado especial para o cristão é o domingo – o primeiro dia da semana. O que é surpreendente é que multidões hoje celebram o nascimento de Cristo para o qual não há mandamento, enquanto negligenciam celebrar a Ceia do Senhor a cada domingo para a qual há um mandamento (cf. Atos 20:7; 1 Coríntios 11:20; Hebreus 10:25).

Um estudo de uma enciclopédia confirmará que os católicos introduziram em sua religião o que foi chamado de “missa de Cristo”. Em data posterior, esta frase foi abreviada para “missa de Cristo”. Assim, não deve surpreender que em uma data ainda posterior este evento ficou conhecido como “Natal”. Entendamos que não foi Deus, mas a igreja católica que eventualmente decidiu que 25 de dezembro deveria ser celebrado como o aniversário de Cristo!

PENSE CUIDADOSAMENTE SOBRE O QUE ESTAMOS DIZENDO

Que fique entendido que somos muito gratos pelo nascimento do Salvador. Mas entendamos também que o apóstolo Paulo ensinou por inspiração que “tudo quanto fizerdes, por palavras ou por obras, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai” (Colossenses 3:17). O Natal é pela autoridade do homem, e não pela autoridade (em nome) do Senhor Jesus!

Há muitas pessoas que professam ser crentes no cristianismo que acreditam fervorosamente que “Cristo É a Razão da Estação”. Uma dessas pessoas observa que “os cristãos no terceiro e quarto séculos decidiram fazer uma alternativa cristã aos costumes pagãos”. Assim, de acordo com seu raciocínio, “o simbolismo do tronco de Yule, a árvore, as guirlandas e velas adquiriram todos um novo significado cristão”. Ele continua dizendo: “Para nós, Cristo é a razão da estação… Devemos resistir a todo esforço para tirar Cristo do Natal”.

Você sabe por que nenhuma Escritura é citada na promoção do “Natal” e de Cristo como sendo “a razão da estação”? É porque o “Natal” não se encontra na Santa Palavra de Deus e nem há razão para uma estação especial! É sempre surpreendente observar todas as coisas feitas em “nome de Cristo” para as quais não há absolutamente nenhuma autoridade bíblica! Por favor, lembre-se que Paulo diz que um seguidor de Cristo se certificará de que tem autoridade dada por Deus para todos os assuntos espirituais (cf. Colossenses 3:17).

Pessoal, a verdade é que a verdadeira razão para a temporada festiva é a mente do homem – não a mente de Deus! Os homens inventaram a estação agora chamada “Natal”, e os homens continuam mantendo viva a tradição feita pelo homem. “Vamos colocar Cristo de volta no Natal” e “não vamos tirar Cristo do Natal” são slogans sempre populares que muitos acreditam ser tão nobres. A verdade é que Cristo nunca esteve no Natal! Então, como você pode “tirar” Ele de algum lugar onde Ele nunca esteve? É uma vergonha que as pessoas não possam ver que se elas verdadeiramente amam o Senhor, serão guiadas pelo que Ele diz – não pelo que Ele não diz!

Vivemos em um mundo onde feriados nacionais são observados, mas é preciso entender que nenhum desses feriados é autorizado como um dia santo religioso nas Escrituras. A Bíblia é absolutamente silenciosa quanto à observância de um dia santo especial para comemorar o nascimento de Cristo. Nem um domingo (como o Domingo de Páscoa) deve ser exaltado acima de todos os outros Dias do Senhor ou celebrado como um dia santo religioso especial.

Não sejamos culpados de tentar colocar Cristo onde Ele nunca esteve. Os cristãos devem evitar usar decorações que tenham uma conotação religiosa e cartões de saudação que sejam religiosos em conteúdo. Selos postais também podem ser evitados que tenham uma mensagem ou imagem que associe a temporada de 25 de dezembro com religião ou o nascimento de Cristo.

O QUE A BÍBLIA REALMENTE EXIGE QUE FAÇAMOS

Por favor, lembre-se desta verdade mais importante. Jesus Cristo não nasceu em Belém para que o mundo celebrasse Seu nascimento uma vez por ano. Ele nasceu, no entanto, para se tornar o Salvador de toda a humanidade. Deus deu Seu Filho (João 3:16) e Jesus veio para morrer por nossos pecados (Romanos 5:8) e ser ressuscitado dos mortos para viver eternamente (1 Coríntios 15:1-4). Você obedecerá ao evangelho que pode salvar sua alma (Romanos 1:16)? Cristo tem toda autoridade (Mateus 28:18) e exige que todos obedeçam Sua vontade (Hebreus 5:8-9). É preciso crer (Hebreus 11:6), arrepender-se dos seus pecados (Lucas 13:3), fazer a boa confissão (Romanos 10:9-10) e ser batizado (imerso) para a remissão dos seus pecados (Atos 2:38; Romanos 6:4). Cristo então adiciona aquele que assim obedeceu à Sua igreja ou corpo – Atos 2:47), e essa pessoa deve adorar em espírito e verdade (João 4:24) e continuar a “andar na luz, como ele está na luz” (1 João 1:7).

CONCLUSÃO

A Santa Bíblia, nosso guia e padrão em todos os assuntos religiosos (Salmos 119:105; 2 Timóteo 1:13; Hebreus 8:5), não nos ordena a celebrar o aniversário de Cristo. Quando alguém fala onde a Bíblia não falou, vai além do que está escrito (2 João 9). Se alguém tem o devido respeito pelas coisas sagradas, não acrescentará nem tirará das Sagradas Escrituras (Apocalipse 22:18-20). Fomos completamente equipados com aquilo que Deus queria que soubéssemos (2 Timóteo 3:16-17). Não há nada pertencente “à vida e à piedade” que não nos tenha sido revelado (2 Pedro 1:3). É o que a Bíblia diz que nos julgará naquele dia (João 12:48). O Senhor ordenou a Seus apóstolos que ensinassem outros a observar todas as coisas que ele lhes havia ordenado (Mateus 28:20), e eles não ensinaram uma única pessoa a observar o aniversário de Cristo.

Escrito por MARVIN L. WEIR 

Livre tradução do original em inglês disponível em http://www.churchesofchrist.net 

 

Posts Similares

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *