Engraçado como você é um otário – Parte 2
O texto a seguir amplia e explica o primeiro artigo: “Engraçado como você é um otário”
É comum percebermos as expectativas que algumas pessoas criam em torno das outras e se frustrarem ao perceberem que o retorno que esperavam receber não chega nunca.
A expectativa é até comum, ela é uma espécie de “mola propulsora”, no entanto tem mola que te manda para fora de órbita, não é mesmo? Ela o lança para fora de si a tal ponto de você não mais acreditar que é possível reverter o quadro e quando você menos imagina já se tornou refém da própria criação.
Aí que mora o perigo, pois se você não percebe a tempo de propor alguma mudança, a expectativa te aprisiona ainda mais, pois você passa a viver no “e se?”.
“E se ele (a) perceber?”, “E se o outro mudar”, “ E se ele (a) parar de fazer isso ou aquilo?” E se uma hora ele(a) perceber como sou de verdade…” .
Contos de fadas não existem, o que de fato é real é o sentimento que você carrega no peito a cada dia que acorda, a realidade é a paz que você sente quando as coisas estão no caminho certo.
E ninguém melhor do que você para perceber se sua expectativa é condizente com a realidade, o outro não tem a obrigação de fazer por mim, aquilo que só eu sei como se faz e o resultado que quero atingir.
Então, antes de colocar no outro uma responsabilidade que é sua, racionalize sua entrega, reflita sua expectativa e perceba de fato se você não tem sido “carcereiro” de sua própria prisão. Às vezes a chave esta no seu bolso, mas você nem a sente.
Carl Gustav Jung, psiquiatra e psicoterapeuta suíço de orientação analítica usou o termo “‘individuação” para falar sobre desenvolvimento psicológico que ele define como processo de tornar-se uma personalidade unificada, mas também única, um individuo, uma pessoa indivisa e integrada.
Este é o caminho que trilhamos quando tomamos consciência da capacidade intrínseca que possuímos. Assim, aumentamos a capacidade de desenvolvermos e enfrentarmos as desarmonias, dissabores e desafetos na vida, sejam estes oriundos da família, das amizades ou das relações amorosas.
Quando existe muita doação sua e pouca entrega do outro, você sendo consciente deste processo, automaticamente passará a requerer mais e não aceitar “migalhas” que o outro oferece.
E depois, o que devemos fazer?
Deixá-lo(a) ir… agradecendo a oportunidade de aprendizado que ele(a) deixou.
→ Obs: O material deste texto é informativo, não substitui a terapia ou psicoterapia oferecida por um psicólogo.
Referência Bibliográfica
Jung: o mapa da alma: uma introdução/Murray Stein. 5 ed. São Paulo. Editora Cultrix, 2006.