white flowers in shallow focus photography

Mitos e verdades sobre alergias da primavera

Nariz escorrendo, coceira nos olhos e espirros… deve ser a primavera chegando e sim, suas alergias podem estar realmente piorando.

A primavera começa na próxima quinta-feira, dia 22. Nesta época do ano, algumas pessoas sofrem com pioras em sintomas de conjuntivite, rinite, asma e até lesões na pele. Isso ocorre devido ao pólen de árvores e gramas, que é carregado de um lado ao outro pelo vento. A polinização das árvores começa mais no início da primavera, que é seguida pela polinização da grama já no fim dela. Os padrões de sensibilização a alérgenos inalantes podem variar de acordo com a área geográfica do paciente.

De acordo com o Dr. Javier Ricardo Carbajal Lizárraga, especialista em Alergia e Imunologia, a alergia é uma doença resultante de uma alteração do sistema de defesa do nosso organismo. Com isso, ela aparece quando os nossos anticorpos reagem de forma exagerada ao contato com substâncias normalmente inocentes.

As alergias, em geral, são responsáveis direta ou indiretamente por até 40% das consultas nos prontos socorros e, até 30% das internações hospitalares. Afetando, assim, a população em geral, independentemente da idade ou sexo. Mas a co-exposição sazonal aos poluentes atmosféricos e ao pólen alergênicos pode aumentar a suscetibilidade à infecção viral respiratória em crianças.

Sensibilidade a flor da pele

A sensibilização aos pólens de árvores frutais pode predispor para alergias alimentares, o que ocorre mais frequentemente durante a primavera. Já a anafilaxia grave (sensibilidade) às frutas é mais frequente na primavera. Alguns pólens são conhecidos pela sua reatividade cruzada com frutas (maçã, ameixa, pêssego), nozes (amêndoa, avelã) e vegetais (damasco, cenoura), que induz a síndrome alérgica oral.

“A reatividade cruzada aos pólens é uma explicação potencial que deve ser considerada. Embora a síndrome de alergia oral pode ser induzida em outras pessoas por frutos do mar, também é preciso considerar, que na primavera os apiários (locais de criação de abelhas) iniciam o manejo com novas abelhas, aumentando fatores de risco como as reações sistêmicas induzidas pelo veneno de abelha”, explica o Dr. Javier Carbajal.

Ações e tratamentos que podem ajudar pessoas alérgicas

Segundo o Dr. Javier Carbajal, algumas ações podem diminuir as crises alérgicas e ajudar no controle das alergias de primavera. Evite o contato com substâncias alergênicas como poeira, pelos de animais, fumaça e cheiros fortes. Deixe os ambientes arejados, troque as roupas de cama semanalmente e coloque os colchões e travesseiros ao sol para evitar o acúmulo de ácaros e fungos.

No tratamento dos processos alérgicos é fundamental identificar o fator ou fatores desencadeantes das crises. Para tanto, além de uma entrevista rigorosa com o paciente, para saber sobre os seus hábitos, são realizados diversos exames e testes para realizar o diagnóstico de alergias respiratórias, alergias a veneno de inseto, alergias alimentares e alergias de contato.

“Os cuidados para o tratamento das alergias incluem medidas de controle ambiental e medicação para o controle dos sintomas. Converse com seu médico especialista em alergia e imunologia sobre testes, diagnósticos e opções de tratamento, incluindo vacinas contra alergias. Não há razão para sofrer quando há opções para tratar os sintomas de alergia. A imunoterapia pode ser uma eficiente modalidade de tratamento, especialmente para alergia aos ácaros da poeira doméstica ou rinite alérgica/asma induzida por pólen e anafilaxia do veneno de abelha, finaliza o Dr. Javier Ricardo Carbajal Lizárraga, especialista em Alergia e Imunologia.

Conheça alguns mitos e verdades sobre alergias

Mito:

Na primavera a exposição às flores carregadas de pólens produzem o agravamento dos sintomas das alergias respiratórias.

Fato: Flores coloridas não produzem pólens alergênicos (que provoquem alergias). O pólen das plantas com flores é grande e pegajoso, não sopra muito longe e requer de aves e insetos como abelhas para o seu transporte. Já os pólens de árvores verdes e gramíneas (grama) precisam ser muito leves, para conseguirem serem levantados e propagados pelos ventos. Isto resulta na fácil inalação deles. Em consequência, a alergia ao pólen tende a ser devida ao pólen de gramíneas, arbustos e espécies de árvores verdes.

Mito: Nós tendemos a associar o início da temporada de alergia ao momento quando árvores e plantas estão enchidas de folhas e flores.

Fato: A verdade é que a temporada de alergia começa muito mais cedo, algumas semanas antes, quando os botões em árvores nuas começam a liberar seu pólen.

Mito: Dias e horários com vento são ideais para passeios fora de casa porque o vento “limpa” a atmosfera.

Fato: As contagens de pólen tendem a ser particularmente altas em dias ventosos, quando o vento pega esses grãos indutores de espirros e os transporta pelo ar. Dias chuvosos, por outro lado, lava os alérgenos.

Mito: Algumas pessoas são alérgicas à poluição do ar das cidades e não aos pólens.

Fato: Estudos epidemiológicos demonstraram que a urbanização, os altos níveis de emissões de veículos e o estilo de vida ocidentalizado estão correlacionados com um aumento na frequência da alergia respiratória induzida pelo pólen em áreas urbanas, em comparação com aquelas que vivem em áreas rurais. Partículas (PM), dióxido de enxofre (SO2) e dióxido de nitrogênio (NO2) têm uma função de aprimoramento na persistência de pólen no ar, aumentando a concentração e a duração da temporada da polinização.

Mito: Mudar para outra região pode curar alergias.

Fato: As alergias respiratórias podem ser desencadeadas por pólen soprado pelo vento, principalmente, na primavera e no verão, ou por outros alérgenos, como ácaros da poeira doméstica, animais e esporos de mofo durante todo o ano. Afastar-se da fonte do alérgeno (como mudança interestadual ou das áreas interiores para a costa e vice-versa), só pode aliviar temporariamente as alergias. As pessoas alérgicas também são propensas a desenvolver novas alergias, e muitas vezes os sintomas reaparecem dentro de alguns anos com a exposição a novas plantas ou outras fontes de alérgenos, como fungos ou ácaros da poeira doméstica.

Mito: É essencial saber quais tipos de pólen desencadearão seus sintomas de alergia.

Fato: No Brasil, quase todos os pólens alergênicos correspondem a gramíneas com “reação cruzada”. Significa que são similares para o sistema imune, então, o indivíduo pode responder indiferentemente a uma outra.

Mito: Eu só preciso tomar meu remédio para alergia quando estou me sentindo muito mal.

Fato: A maioria dos medicamentos para alergia funciona melhor se tomados diariamente. Se a sua alergia é sazonal, procure começar cerca de 1-2 semanas antes do início da sua temporada de alergia. Quando o medicamento já está em seu corpo, ele pode funcionar de forma mais eficaz que quando você já foi exposto a um alérgeno. Portanto, gerenciar a alergia ao pólen de grama ou outros sintomas de alergia da primavera significa entender o momento dos seus sintomas de alergia. Isso permite que você comece seu remédio mais cedo.

Mito: Tudo o que preciso para controlar minhas alergias dentro de casa é um purificador de ar.

Fato: Um purificador de ar ou purificador só removerá alérgenos flutuando no ar. Eles não fazem nada por pólen e esporos de mofo em suas roupas, sapatos ou cabelos que você traz de fora. Os filtros de ar fazem parte de uma estratégia geral para reduzir os alérgenos em ambientes fechados. Manter as janelas fechadas quando a contagem de pólen é alta é essencial. Tomar banho depois de estar do lado de fora e tirar o pó e aspirar regularmente também podem ajudar a controlar os sintomas de alergia.

Mito: Mudar-se para um clima mais seco resolve as alergias de primavera.

Fato: Realmente não há zonas livres de alergias. As alergias ao pólen podem ocorrer em qualquer lugar. Os sertões têm muitas plantas que produzem pólen, como sálvia, algodão e oliveiras. Quando a contagem de pólen é alta, você pode sentir sintomas. A mudança pode oferecer alívio temporário. Mas alergias às plantas locais podem-se desenvolver em pouco tempo. O momento de suas alergias sazonais e seus sintomas alérgicos podem variar em climas diferentes, mas eles podem não desaparecer completamente. Então, antes de considerar se mudar para ajudar a gerenciar suas alergias ao pólen, converse com um profissional de saúde sobre as opções de tratamento.

Mito: Eu nunca tive alergias antes, então esse nariz escorrendo deve ser um resfriado.

Fato: Você pode desenvolver novas alergias a qualquer momento, mesmo quando adulto. Seus olhos, nariz e garganta estão coçando? Você tem um nariz entupido, narinas inflamadas ou escorrendo com gotejamento nasal claro e fino? Seus sintomas duram mais de duas semanas? Estes são sinais de alergias respiratórias.

Mito: Os medicamentos para alergia me deixam com sono, então eu resolvi tolerar meus sintomas porque não há nada que eu possa fazer para detê-los.

Fato: Medicamentos para alergia não sedativos estão disponíveis e eficazes para aliviar os sintomas. Estes incluem alguns anti-histamínicos e sprays nasais de corticosteroides. Muitas pessoas também encontram alívio eficaz das lavagens nasais com sprays nasais contendo soro fisiológico.

 

Dr. Javier Ricardo Carbajal Lizárraga – ALERGISTA E IMUNOLOGISTA – RQE 21798 – CRM-SP 92607– Formado pela USP e Sociedade Brasileira de Alergia e Imunologia. Médico Consultor em Imunologia e Alergia de Crianças e Adultos na Rede de Hospitais São Camilo; Diretor da Clínica de Alergia e Imunologia – Dr. Javier Carbajal; Membro da Sociedade Brasileira de Alergia e Imunologia ASBAI; Membro da Academia Europeia de Alergia e Imunologia Clínica EAACI; Membro da Sociedad Latinoamericana de Immunodeficiencias LASID; Membro da Clinical Immunology Society CIS. – A Clínica de Alergia e Imunologia Dr. Javier Carbajal é referência em São Paulo por sua orientação voltada ao diagnóstico e tratamento de Doenças Imunológicas Complexas, como Imunodeficiências Primárias, Alergias de difícil controle, Dermatite Atópica Severa, Urticária e Angioedema, Reações Adversas a Fármacos, Doenças Autoimunes e Autoinflamatórias.

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